Parceria entre Embrapa e Empaer lança cultivar de arroz na Parecis SuperAgro 2013
A nova cultivar para o sistema de arroz de Terras Altas, a cultivar BRS Esmeralda, será lançada na feira Parecis SuperAgro 2013.
A Embrapa é agora uma jovem senhora. Completa 40 anos de existência em 2013. Essa idade, se medida em intensidade, nos revela muitos e longos anos de sucesso e de grandes realizações, na geração de conhecimentos e produtos para a agricultura tropical. Ao longo dessa jornada épica, foram muitas parcerias estabelecidas e muitos frutos colhidos, com méritos divididos na geração de conhecimento e tecnologias, dentro do quadro de desafios constantemente impostos pelo mercado de alimentos no Brasil e no mundo.
Nesse momento, uma parceria profícua nos chama a atenção para o desenvolvimento do agronegócio do arroz brasileiro: Embrapa e Empaer-MT. Essas duas empresas públicas, imbuídas de um desejo de participar do desenvolvimento da rizicultura do Mato Grosso e da região Centro-Norte do Brasil, lançam uma nova cultivar para o sistema de arroz de Terras Altas, a cultivar BRS Esmeralda, na feira Parecis SuperAgro 2013.
Esta nova cultivar possui características inovadoras que atendem aos anseios da cadeia produtiva do arroz em toda a sua extensão, do produtor à dona de casa. Nesse modelo de parceria, coube à Embrapa desenvolver a tecnologia e à Empaer-MT organizar os produtores e o treinamento de técnicos ligados a essa cultura, fatores necessários para garantir a adoção da tecnologia gerada e completar assim o ciclo da inovação na cadeia produtiva do arroz. Prova disso é a procura e a venda de toda a semente disponibilizada, em um só dia.
O grande palco dessa parceria é a Lavoura Experimental – LE. Trata-se de um modelo de pós-melhoramento de avaliações participativas, onde as linhagens “pré-comerciais” do Programa de Melhoramento de Arroz da Embrapa são avaliadas pelos produtores de sementes licenciados da Embrapa e por assistentes técnicos públicos e privados, que consideram em suas avaliações aspectos como: resistência a doenças, ciclo, resistência ao acamamento, qualidade dos grãos e o potencial produtivo. Paralelamente, são realizadas avaliações por indústrias arrozeiras, cujas informações auxiliam na decisão pelo lançamento ou pela eliminação de uma linhagem.
A protagonista desse palco, fruto dessa metodologia de trabalho, é a cultivar BRS Esmeralda, com grãos tipo longo-fino, de aparência vítrea, com ótima apresentação visual “in natura ou cozido”, com potencial produtivo de 7.525 kg por hectare e produtividade média, em ensaios, de 4.050 kg por hectare. Em testes realizados pela cozinha experimental da Embrapa e pelas principais indústrias de beneficiamento de arroz, essa cultivar apresentou excelente qualidade de grãos, bom rendimento e ótimo aroma.
A BRS Esmeralda, quando comparada com outras cultivares disponíveis no mercado, apresentou maior tolerância ao estresse hídrico, o que lhe garante maior rusticidade. O ciclo médio, da emergência à colheita, varia de 105 a 110 dias. No momento, a cultivar apresenta moderada resistência à Brusone das panículas, forma mais severa da doença, e moderada resistência ao acamamento, principal desafio do arroz de Terras Altas na região Centro-Norte brasileira.
A cultivar BRS Esmeralda está recomendada para o cultivo em Terras Altas nos estados de Mato Grosso e Goiás, mas a Embrapa já protocolou no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa, pedido de extensão da recomendação desta cultivar para os estados do Pará, Maranhão, Piauí, Rondônia, Roraima, Tocantins e Minas Gerais.
A época de semeadura recomendada é de 1º de outubro a 15 de dezembro, com plantio no espaçamento de 25 cm entre linhas e densidade de semeadura de 70 kg de sementes por hectare.
As características desse produto são capazes de contribuir para a diminuição do impacto causado ao meio ambiente nas regiões agricultáveis do Brasil, pois produz mais na mesma unidade de área, além de oferecer melhor aproveitamento da água disponível, por resistir aos efeitos do veranico. A BRS Esmeralda também é mais eficiente na utilização dos nutrientes existentes no solo, pois, na maioria dos casos, produz mais do que as suas concorrentes, nas mesmas condições de cultivo.
A Embrapa completa 40 anos e nesse aniversário quem ganha o presente é o agricultor, ao ter à sua disposição mais uma ótima alternativa de cultivo, tanto em Plantio Direto, quanto em Plantio Convencional, Cultivo Mínimo e na rotação de culturas, reforma, recuperação ou renovação de pastagens degradadas, ou mesmo na transição da pecuária para a agricultura.