Participação no preço-convênio do arroz caiu para 70% em dez anos no Uruguai

 Participação no preço-convênio do arroz caiu para 70% em dez anos no Uruguai

Arroz uruguaio: referência de qualidade internacional. FOTO: Marcus Tatsch/Planeta Arroz

(Por Diário Câmbio/Uy) Nos últimos dez anos, o setor do arroz do Uruguai passou por muitos altos e baixos e mudanças na estrutura industrial e comercial, a tal ponto que o tradicional acordo entre produtores e industriais  para fixar o preço de produção perdeu uma importante participação percentual (em torno de 15 pontos percentuais), e as mudanças geradas nesta safra para atrair produtores para ela não funcionaram como esperado.

Na safra atual, foi possibilitada a comercialização de 20% do arroz enviado dentro do acordo de preço médio, fixado a preço spot, divulgado quinzenalmente pelas indústrias. A intenção deste preço spot era atrair produtores que comercializassem o seu arroz fora do convênio nos moinhos, que “não reagiram tão bem como esperávamos ou pensávamos”, disse Juan Miguel Silva, diretor da Associação dos Cultivadores de Arroz (ACA).

O produtor explicou que este ano houve certas situações em que esta ferramenta não permitiu fazer a diferença esperada. “Houve uma alta no mercado internacional, as enchentes no Brasil fizeram subir o preço de todo o arroz e o spot ficou quase muito parecido com o valor do acordo e também não tivemos tanto arroz, colhemos menos, “, indicou.

Além da subida internacional dos preços dos cereais e das situações climáticas da região, é também marcante a presença de novos operadores no mercado do arroz em nível de país. “Devemos ter em mente que há dez anos 85% do arroz era comercializado no preço da convenção das três indústrias tradicionais, Saman, Casarone e Coopar, mais o que hoje é Adecoagro, que antes era Glecore, e hoje mal chegamos a 70%” Silva disse.

Este aumento de novas opções de venda no mercado, ou seja, de novos operadores que fecham na sua maioria negócios “quase à vista” e valores acima do preço-convênio, era em certa altura o “plano B” da da Associação dos Cultivadores de Arroz, dados os preços recebidos pela referência-convênio, conforme explicou Silva.

O produtor de arroz sublinhou que “quem vendeu fora do acordo acabará por receber o mesmo ou menos valor do que o acordo pagará” na atual colheita. “Portanto, confirmo a importância e a validade do acordo de preço médio, que é uma boa medida, estável, muito firme, seguro”, encerrou.

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