Pequenas lavouras, grandes mudanças
O engenheiro agrônomo do Irga e produtor de arroz Guilherme Osvaldo Thom explica que, dos 15.546 hectares cultivados anualmente com arroz na região, mais de 500 hectares já são ocupados pela soja na rotação e a tendência é de que essa área venha a se manter na safra 2013/14. “A inclusão da soja se deu inicialmente para controlar o arroz vermelho e também para não deixar a área em pousio. Mas hoje o cultivo da oleaginosa já é visto como um negócio. Alguns produtores colhem de 50 a 70 sacas por hectare, o que é uma boa produtividade. No caso do arroz, o rendimento médio varia de 8 mil até 10 mil quilos por hectare em alguns casos, então quem planta arroz e soja tem, na verdade, duas culturas principais”, ressalta.
De acordo com Guilherme, devido a praticamente 50% das lavouras de arroz da região serem conduzidas no sistema pré-germinado, as áreas são sistematizadas, o que acarreta em certas dificuldades para o cultivo da soja. “Em um primeiro momento, os produtores migraram de sistema de cultivo, saíram do convencional e do cultivo mínimo, partindo para o pré-germinado. Após isso, viram a necessidade de continuar alternando o cultivo de suas lavouras, onde então a soja entrou no negócio. O manejo precisa ser muito bem planejado e a drenagem tem que ser perfeita. A vantagem está em poder usar o mesmo equipamento de irrigação para a soja quando necessário”, descreve.
EXPECTATIVA
Para a safra 2013/14, o Irga anunciou, em setembro, a intenção de cultivo dos gaúchos em 296.442 hectares, área 9% maior do que na safra anterior. A região da campanha deve ocupar mais espaço: 96,6 mil hectares, seguida da zona sul, com 80 mil e aumento de 56,9%. A planície costeira interna à Lagoa dos Patos semeará 60 mil hectares da oleaginosa em áreas de arroz; a depressão central outros 36.962 hectares, a fronteira oeste, 13 mil hectares, e a planície costeira externa, 9.880 hectares. No início de novembro, o órgão já prevê uma tendência de a área superar os 300 mil hectares.
FIQUE DE OLHO
O Irga ainda não realiza levantamento de área semeada de milho em terras baixas, em rotação com o arroz e/ou pecuária, mas seus técnicos estimam um volume superior a 5 mil hectares na safra atual, parte já usando as recomendações geradas a partir do primeiro ano de pesquisas – com ótimos resultados – dos cientistas da Estação Experimental do Arroz (EEA/Irga).