Perdas na lavoura, arroz mais Valorizado

Enquanto alguns arrozeiros gaúchos colherão prejuízo em razão da chuva, outros projetam uma boa produção.

Com quebra certa na produção da safra deste ano, arrozeiros gaúchos esperam com expectativa os resultados desta colheita. Enquanto produtores da Depressão Central amargam perdas sofridas com o excesso de chuva, em outras regiões do Estado há otimismo com a provável valorização do produto.

Dois agricultores retratam bem a situação da produção arrozeira gaúcha neste ano. O produtor de arroz Geovani Sari, 40 anos, que plantou 450 hectares em sua propriedade em Cachoeira do Sul, na Região Central do Estado, que já havia replantado sua lavoura em dezembro por causa do excesso de chuva e viu boa parte dela sumir debaixo da água no início do mês. Olhando com tristeza para a área plantada, Sari espera perda de pelo menos 50% neste ano.

– Mesmo que se colha alguma coisa do que sobrou, terei prejuízo. Só me resta esperar pela colheita para ver o que vai dar – diz Sari, que viu a lavoura ser engolida pela água em menos de um dia.

Enquanto isso, na Fronteira, o arrozeiro Elíbio Bessow, 59 anos, admira sua lavoura de 420 hectares plantadas em Santana do Livramento. A chuva não foi problema para o agricultor. Pelo contrário, garantiu que o nível de suas barragens que irrigam as lavouras fossem suficiente para uma boa produção. A poucas semanas do início da colheita, ele espera agora que o tempo mais seco ajude a aumentar a produtividade.

– Notamos alguns problemas de praga por causa da umidade em algumas plantas no mês passado. Espero que não seja registrada chuva em excesso daqui pra frente. Mesmo assim, estou otimista com os resultados deste ano – afirma Bessow.

No ano anterior, Bessow já havia se saído melhor que o colega Sari. Conseguiu uma produtividade de 170 sacas por hectare e vendeu a saca por um preço médio de R$ 32. Já Sari, comercializou sua produção por um valor médio de R$ 28 a saca e obteve produtividade de 130 sacas por hectare. Com cenários diferentes, os agricultores esperam agora que o preço seja melhor do que no ano passado.

A maior parte das entidades do setor ainda não sabe dizer quanto de quebra as cheias na Região Central provocarão. Concentrando cerca de 17% da área de arroz do Estado, a região teve produtores com perdas de até 70% em suas lavouras.

Para o presidente da Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Renato Rocha, a quebra na produção será significativa. A entidade estima perdas de pelo menos 15% no total da produção gaúcha por causa dos problemas climáticos.

– Hoje, temos mecanismos (como previsão climática) que nos ajudam a nos organizar melhor na hora do plantio. Mas não há como escapar do clima. O certo disso tudo é que o arroz terá uma valorização, e alguns se beneficiarão com isso.

Outras importantes regiões produtoras, como a Fronteira Oeste, Campanha e Sul do Estado não tiveram problemas relevantes até o final da primeira quinzena deste mês.

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