Pero no mucho…

 Pero no mucho…

Área menor no Mercosul
não diminuirá a produção
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Os primeiros prognósticos da safra de arroz nos quatro países que integram o Mercado Comum do Sul (Mercosul) – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – indicam a redução de 0,9% na intenção de plantio e uma expectativa de alta de 1,1% na produção total do grão. Pela primeira vez em mais de 25 anos, todos os países do bloco vão reduzir área, mas o aumento da produtividade no Brasil e no Paraguai deve tornar os resultados finais da colheita levemente maiores do que na temporada 2018/19.

A soma da intenção dos quatro países na atual safra deve somar 2,183 milhões de hectares, 20,7 mil a menos do que na temporada anterior. Já a produção deve aumentar 153,6 mil toneladas, para 14,04 milhões de toneladas, graças à evolução da produtividade. Vale lembrar que o ciclo 2018/19 teve forte impacto do fenômeno climático El Niño em algumas regiões dos quatro países, em especial na Fronteira Oeste gaúcha e no norte do Uruguai. Os estoques de passagem do Mercosul também são altos, em especial na Argentina e no Uruguai, que tiveram desempenho mais fraco nas exportações até agora. Somando mais o Paraguai, devem ultrapassar 1 milhão de toneladas.

Como estamos falando em intenção de plantio, e metade das áreas não foi plantada, é importante frisar que nos próximos dois meses a situação pode mudar. Acontece que depois de uma arrancada muito boa do plantio – em setembro, no Brasil e no Uruguai – houve inundações no país vizinho, o que comprometeu a área já semeada, e o excesso de chuvas passou a atrasar a semeadura nos dois países. Alfredo Lago, presidente da Associação de Cultivadores de Arroz do Uruguai, destaca que o impacto das chuvas só será melhor conhecido nas próximas semanas, mas que os danos podem gerar perda de insumos e replantio e, certamente, o atraso na semeadura poderá afetar a boa previsão de produtividade da orizicultura de seu país nesta temporada.

A Argentina também sofreu uma interrupção nas operações de implantação da lavoura. Com o ano prevendo neutralidade climática, mas evoluindo para uma tendência de El Niño, segundo alguns institutos, novos episódios de perdas pontuais podem ocorrer e modificar este quadro de previsão inicial. Se concretizando a previsão, a mudança seria para baixo. O Brasil deverá reduzir 10 mil hectares, seguido do Uruguai (com quase 8 mil), Argentina (com mais 3 mil) e Paraguai (com outros mil hectares). Em geral, a queixa é a mesma: custos em alta, preços baixos e pouco – ou nada – remuneradores, falta ou alto custo do crédito e aumento dos riscos.

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