Pesquisa da Univates identifica proteínas no arroz resistentes a predadores

 Pesquisa da Univates identifica proteínas no arroz resistentes a predadores

Objetivo é identificar proteínas resistentes a àcaros

Pesquisa tem parceria com dois projetos na UFRGS e na Universidade de Yangzhou, na China.

Em busca de respostas nas proteínas que um estudo, chamado "Caracterização fisiológica e molecular de plantas sob estresses ambientais", realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da Univates, de Lajeado, buscou uma resposta para a tolerância de espécies de arroz a ácaros fitófagos, que são predadores da planta. Conforme o coordenador da pesquisa, Raul Sperotto, foi utilizada uma técnica chamada proteômica, na qual são analisadas as proteínas de maneira que elas sejam identificadas e quantificadas.

"Fizemos a comparação das proteínas presentes nas plantas de arroz que apresentaram tolerância e aquelas sensíveis ao ácaro. Com isso, conseguimos identificar as que parecem estar envolvidas com a tolerância ao ácaro, pertencentes às classes de defesa e desintoxicar a planta. A identificação dessas proteínas tem grande potencial biotecnológico, uma vez que podem ser utilizadas como ferramenta em futuros programas de melhoramento genético", afirma o pesquisador.

Após essa identificação, dois grupos de pesquisa parceiros do projeto na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e na Universidade de Yangzhou, da China, estão testando formas de aumentar a expressão e a atividade dessas proteínas para que as plantas de arroz tenham resposta melhor ao se defenderem do ácaro. "A ideia não é ter uma espécie de arroz transgênico, mas, sim, mostrar que essas proteínas são de fato importantes para a tolerância das plantas de arroz. Dessa forma, poder-se ter o melhoramento de plantas de arroz por meio de cruzamento controlado", finaliza Sperotto.

A segunda linha de pesquisa relacionada ao arroz e ácaros fitófagos procurou identificar a resistência ao ácaro fitófago por espécies selvagens de arroz. Conforme Sperotto, há muita diversidade nas espécies selvagens que foram perdidas no processo de domesticação da planta pelo homem. Por isso os pesquisadores tentaram fazer o caminho inverso e, ao contrário da hipótese inicial, as espécies de arroz selvagem estudadas apresentaram uma resistência menor ao predador. "A pesquisa nos mostrou que esse tipo de cereal testado foi extremamente sensível. Assim, a resistência a ácaros parece não ser uma característica presente nessas espécies ancestrais, sugerindo que provavelmente a interação desse ácaro com plantas de arroz é relativamente recente", explica.

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