Pesquisa lança novo feijão preto e apresenta alternativas para agricultura familiar

O Dia de Campo será realizado na Estação Experimental de Cascata (EEC), em Pelotas, e vai apresentar variedades de arroz.

A Embrapa realiza a edição anual do Dia de Campo em Agroecologia – Alternativas para Diversificação da Agricultura Familiar de Base Ecológica, nesta quinta-feira, dia 7 de dezembro, das 9h às 15h, com a participação de mais de 13 caravanas de agricultores familiares e técnicos de toda a região Sul do Rio Grande do Sul, além de representantes de entidades parceiras. Entre os destaques desta 12ª edição estão o lançamento da cultivar de feijão BRS Intrépido e a apresentação de mais uma nova cultivar, a BRS Paisano, e outra, de batata-doce, a BRS Gaita. Novos temas serão indicados como resultados de pesquisa ao envolver a restauração ecológica, energias renováveis, novos insumos para agricultura, a cultura da noz-pecã e a importância da flora apícola para criação de abelhas.

O Dia de Campo será realizado na Estação Experimental de Cascata (EEC), base física da unidade de pesquisas (Pelotas,RS) voltada exclusivamente aos trabalhos de produção agroecológica e um dos centros de referência do país nesta temática.

A programação está definida em 10 estações técnicas, onde serão mostradas ao público: como conciliar a produção à legislação ambiental na agricultura familiar, através da Restauração ecológica; uma forma de gerar energia elétrica na propriedade familiar a partir de fontes renováveis com um incremento de renda e maior sustentabilidade a propriedade rural; como utilizar bioinsumos e agrominerais (pós de rocha) como remineralizadores de solo; como conservar a flora apícola para manutenção das abelhas e realizar o zoneamento apícola do bioma Pampa, como fazer uso da técnica de compostagem laminar e de tutores vivo no sistema de olericultura; e como produzir mudas em bandejas para o sistema de produção de cana-de-açúcar para a agricultura familiar.

Além dessas abordagens também serão focadas técnicas de multiplicação de mudas para cultura da batata-doce, como diversificar a propriedade familiar com a cultura da noz-pecã e a identificação dos tipos especiais de arroz – BRS 902, BRS AG, BRS 358 e BRS Pampeira – e sua importância para a agricultura familiar.

Lançamento da cultivar de feijão e apresentação de novos produtos

A cultivar BRS Intrépido foi obtida a partir do cruzamento realizado em 1999, com excelente desempenho nos três estados da Região Sul, além de respostas favoráveis obtidas junto a agricultores. Sua denominação é uma homenagem as características pessoais de um dos trabalhadores envolvidos na área de melhoramento do feijão, na Embrapa: Leonel Guerreiro Mendes.

O feijão é de coloração preta, opaco, possuindo presença de antocianina, o que lhe confere tons arroxeados. Seu tempo de colheita é de cerca de 90 dias, com 24,9% de proteína no grão, perdendo apenas para o feijão BRS Expedito em qualidade nutricional; é resistente a doenças, especialmente a ferrugem e antracnose; é uma boa cultivar para culinária, com tempo médio de cozimento menor (21 minutos), se comparada a outras cultivares, com resultado de um caldo marrom claro; tem boa arquitetura de planta e a sua produtividade é superior às cultivares testemunhas com bom desempenho aos sistemas de produção de base ecológica. Com resultados positivos para este tipo de produção será apresentada também a cultivar BRS Paisano como outra possibilidade de grão preto de boa qualidade.

Os interessados em adquirir sementes da BRS Intrépido podem manter contato com a Embrapa Produtos e Mercado, através do Escritório de Capão do Leão(RS) pelo email: spm.ecpl@embrapa.br ou telefones (53) 3275-9199/ Fax: (53) 3275-9199, ou ainda, ir localmente ao Campus Universitário da UFPel s/nº, Jardim América ou acessar www.embrapa.br/produtos-e-mercado

A nova cultivar de batata-doce BRS Gaita será mostrada aos participantes como fonte alternativa de bioenergia, pois apresenta ótima produção de biomassa – rende cerca de 30 a 40 toneladas – para obtenção de álcool combustível, associada à rusticidade do plantio e experiência dos agricultores. Privilegia os pequenos agricultores por não exigir grandes áreas de plantio, apresentar custo baixo para implantação da lavoura e alto rendimento, além da possibilidade de ser produzida em terras menos férteis, necessitar de investimento menor que outras culturas, e os resíduos da produção poderem ser usados como ração animal. A produtividade foi avaliada em 75 toneladas por hectare e em um ano pode processar 27 mil litros de etanol. A cultivar é um trabalho de pesquisa conjunto entre a Fepagro e a Embrapa.

O 12º Dia de Campo da Agroecologia é uma realização da Embrapa Clima Temperado com apoio do Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (Capa), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Emater/RS-Ascar, Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) e Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA).

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