Pesquisa múltipla
O Seminário Técnico Soja em Terras Baixas, promovido pela Embrapa Clima Temperado, deixou claro que a adoção deste cultivo demanda uma série de cuidados e conhecimento. Por isso, serviu para recomendar ações e alertar para riscos de acordo com o que já foi observado nas pesquisas conduzidas pela equipe de pesquisadores da unidade e também por parceiros das assessorias e consultorias técnicas.
A palestra “Manejo de plantas daninhas em soja em terras baixas” foi conduzida pelo pesquisador André Andres, da Embrapa, que apresentou estudos de identificação de espécies daninhas e seu controle, assim como o monitoramento da sua resistência a herbicidas. “Mostrei uma parte de controle químico aonde tivemos um projeto de quatro anos que nos indicou resultados como o uso de doses excessivas de químicos e em horários inadequados”, explicou Andres.
Ele também chamou a atenção para a não dependência de insumos externos, que são as apostas de controle de plantas daninhas em arroz irrigado, soja e pastagens. “Quando as plantas daninhas encontram resistência a químicos, os produtores buscam outros mais potentes e isso aumenta em quase cinco vezes o custo de produção”, observou, explicando a importância de corrigir o manejo praticando a rotação de culturas, a qual freia a entrada ou minimiza a presença de plantas daninhas nas lavouras.
A pesquisadora Walkyria Scivittaro abordou o “Manejo da fertilidade do solo para sistemas de produção de arroz irrigado/soja” ressaltando a importância da fertilidade como um dos componentes fundamentais na produção. “A planta quase sempre responde à adubação, mas se não tivermos outros fatores de produção controlados, ela não consegue responder. Tem que melhorar gradativamente o sistema como um todo e o produtor rural voltado ao cultivo do arroz precisa mudar seu pensamento de que essa cultura responde pouco à adubação, pois as outras lavouras, como soja e forrageiras, respondem muito mais”, enfatizou.
José Maria Parfitt, pesquisador da Embrapa, mostrou resultados do trabalho com o uso de drenagem em lavouras de soja em terras baixas em consonância com a palestra do engenheiro agrônomo Antoniony Winkler, que apresentou os resultados positivos em macrodrenagem no cultivo da soja em terras baixas utilizando geotecnologias. É um conceito fundamental o de estruturar a lavoura para que haja o rápido escoamento das águas das chuvas e que as águas externas não entrem na área cultivada.
A pesquisadora Lilia Heiffig Del Aguila apresentou os resultados dos experimentos sobre o “Arranjo de plantas de soja em terras baixas”. Os estudos mostram que a quantidade de plantas por hectare influencia na produção. “Indicamos que o melhor é usar populações maiores, em torno de 330 mil pés por hectare, embora muito se fale em redução da população e do espaçamento. Mas em terras baixas, isso não é o mais adequado”, explicou.