Pesquisadores apresentam estudos geoespaciais dos Tabuleiros Costeiros

O projeto GeoTab concentra pesquisas e estudos baseados em tecnologias geoespaciais para caracterizar a região dos Tabuleiros Nordestinos no Nordeste do Brasil.

Pesquisadores da Embrapa apresentam na próxima terça-feira (10) os resultados iniciais do projeto GeoTab, que concentra uma série de pesquisas e estudos baseados em tecnologias geoespaciais para caracterizar a região dos Tabuleiros Nordestinos no Nordeste do Brasil.

Intitulado oficialmente ‘Organização e disponibilização da informação geoespacial sobre recursos naturais e aspectos socioeconômicos da área de atuação da Embrapa Tabuleiros Costeiros&39;, o projeto teve início em setembro de 2015 e tem duração prevista de três anos.

O workshop de apresentação do projeto GeoTab será aberto ao público externo das 8h às 12h, e acontece no auditório da Embrapa Tabuleiros Costeiros, na avenida Beira mar, 3250, bairro Jardins, em Aracaju. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no local do evento a partir das 7h30.

Marcus Cruz, pesquisador especialista em recursos hídricos e saneamento ambiental da Unidade da Embrapa em Aracaju e líder do projeto, espera cerca de 50 participantes, entre gestores públicos de desenvolvimento regional e agropecuária, pesquisadores, professores e estudantes universitários das áreas de geografia, geologia, socioeconomia e geotecnologias em geral.

Da tarde do dia 10 ao dia 12, os membros da equipe do GeoTab participam de reuniões fechadas para discussão de ações gerenciais e de pesquisa a serem realizadas no decorrer do projeto, que tem conclusão marcada para 2018.

O projeto

O GeoTab reúne 48 especialistas, sendo pesquisadores de três Unidades da Embrapa – Tabuleiros Costeiros, Solos (Rio de Janeiro, RJ) e Monitoramento por Satélite (Campinas, SP), além de órgãos públicos de desenvolvimento regional, como a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA) e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos de Sergipe (Semarh-SE), além de instituições de ensino superior, como as Universidades Federais de Sergipe, Paraíba, Campina Grande e Pernambuco.

Segundo o pesquisador Marcus Cruz, o objetivo principal é organizar e disponibilizar informações geoespaciais sobre recursos naturais – solos, água, clima e vegetação – e aspectos socioeconômicos de relevância agrícola e ambiental na região de atuação da Embrapa Tabuleiros Costeiros.

A conjugação das bases de dados e as discussões em grupo que ocorrerão durante o desenvolvimento do projeto deverão contribuir para a definição de diretrizes e a identificação de sinais de mudanças relevantes na região. Essas informações irão apoiar a tomada de decisão dos setores público e privado, aumentando a sua capacidade de responder às oportunidades e aos riscos que se apresentem ao setor agrícola e ao desenvolvimento da região.

"Com essas informações organizadas e acessíveis ao público, pretendemos subsidiar o planejamento e desenvolvimento de ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a região, bem como a formulação de políticas públicas, não só para a agricultura, mas para o desenvolvimento econômico e social amplo", afirma.

"A diversidade temática de demandas relacionadas ao foco de atuação da Embrapa Tabuleiros Costeiros requer uma sistematização integrada das informações disponíveis sobre os recursos naturais e os aspectos socioeconômicos que interagem na região, que são subsídio essencial para o planejamento adequado das ações" argumenta Cruz.

Ele defende que o conhecimento organizado, na forma de informações com referência espacial, que retratem a condição atual da agricultura e da sua inter-relação com os recursos naturais na região, é indispensável para o eficiente planejamento da pesquisa e das políticas.

A região

Recentemente, foram tomadas iniciativas gerenciais no sentido de atualizar o foco espacial das ações da Embrapa Tabuleiros Costeiros. Uma equipe de especialistas da Unidade revisitou os critérios de inclusão de municípios na unidade de paisagem – precipitação média anual de chuvas, índice de aridez e risco de seca – e adotou novas premissas para a definição das chamadas Áreas Adjacentes.

A área atualizada abrange 575 municípios componentes, alcançando sete dos nove estados nordestinos, estendendo-se da Bahia ao Ceará, ficando de fora apenas o Maranhão e o Piauí. A extensão total é de aproximadamente 224 mil quilômetros quadrados, incluindo os ambientes de Tabuleiros Costeiros, Baixada Litorânea e área de transição climática para o Semiárido, denominada Agreste. O total de habitantes na área de atuação chega a 23,6 milhões, de acordo com o censo do Ibge de 2010.

Para conhecer os municípios que compõem os Tabuleiros Costeiros nordestinos e as Áreas Adjacentes acesse o resumo do estudo realizado pela comissão de especialistas. O relatório completo está disponível aqui.Acesse também a base de dados Sidra, no site do IBGE, que recentemente disponibilizou dados agrícolas e econômicos para o grupo de 575 cidades.

Os Tabuleiros Costeiros se caracterizam predominantemente por áreas de relevo de plano a ondulado com altitude média de 50 a 100 metros e platôs de origem sedimentar, que apresentam grau de entalhamento variável, ora com vales estreitos e encostas acentuadas, ora abertos com encostas suaves e fundos com amplas várzeas. De modo geral, os solos são profundos e de baixa fertilidade. O clima tropical úmido, com precipitação variando de 1200-2000 mm anuais condiciona a ocorrência da vegetação natural e as práticas agropecuárias.

A zona mais úmida é de domínio da cana-de-açúcar e a zona mais seca é de domínio da pecuária extensiva à semiextensiva, com atividades agrícolas limitadas em médias e pequenas propriedades. O nível de intensificação e de diversificação agrícola desses sistemas depende da pluviosidade.

A principal atividade pecuária é a bovinocultura de corte e de leite, que vem passando por processo de intensificação com a introdução de pastagens. A agricultura é bastante diversificada, pois são encontradas unidades produtivas de diversos tamanhos e perfis, além de inúmeras propriedades pequenas de base familiar. Entre as principais culturas estão o milho, feijão, arroz, mandioca, hortaliças e fruteiras (laranja, banana, caju, abacaxi, entre outras), além da cana-de-açúcar, coco e fumo.

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