Pouco lucrativo, arroz pode desaparecer dos campos de MS

Empresários do arroz do Estado falam em desaparecimento da atividade nos próximos cinco ou dez anos, mesmo com a recuperação estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em relatório divulgado hoje.

Empresários do arroz do Estado falam em desaparecimento da atividade nos próximos cinco ou dez anos, mesmo com a recuperação estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em relatório divulgado hoje (9).

A área deve crescer 9,7%, de 26,5 mil hectares para 29,1 mil hectares. O espaço representa apenas 3,8% da área cultivada em 1977, de 746,4 mil hactares. A produção de 2011, estimada em 173,5 mil toneladas, é 19,2 maior do que a da safra anterior (145,5 mil toneladas), porém corresponderá a 34% do recorde histórico de MS (509 mil toneladas), registrado na safra 1986/1987.

"O produtor não se sente motivado a plantar arroz. A cada ano ele troca por soja, milho, cana ou qualquer outra cultura que remunere melhor", diz o presidente da Câmara Fiscal e Tributária da Associação dos Produtores de Arroz e Irrigantes (Apai-MS), Diego Fujii, de Dourados.

Ele aguarda resposta do governo estadual sobre redução de tributos. "Com menos impostos, a produção aumentaria e o governo teria mais caixa", defende.

A indústria beneficiadora paga 7% de Imposto sobre Comercialização de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) em vendas internas, e 12% nas operações externas.

O saco de 50 quilos, vendido a R$ 32, não é convidativo. Mesmo sendo da indústria, Fujii acha que R$ 40 seria uma remuneração à altura.

Para não desaparecer, ele acredita que a área plantada deveria pular de 29,1 mil hectares, segundo estima a Conab, para 140 mil hectares, crescimento de 381%. "Isso seria só 10% das áreas de várzea do Estado", afirma o presidente.

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