Precisamos ser mais competitivos

Reforma do ICMS em âmbito federativo é prioritária para o novo presidente do Sindarroz-RS.

O empresário Elton Doeler, de Santiago (RS), assumiu a presidência do Sindicato das Indústrias de Arroz do Rio Grande do Sul (Sindarroz-RS) em janeiro deste ano com um enorme desafio pela frente: trabalhar para tornar a cadeia produtiva do arroz mais eficiente. Para isso terá de enfrentar uma série de obstáculos, como a questão tributária, os custos portuários e as disparidades das relações com o Mercosul. 

Este processo, na visão do dirigente, passa pela busca de um grande entendimento entre produtores, indústria, fabricantes de máquinas agrícolas, empresas que produzem adubos e herbicidas e demais elos da cadeia produtiva do arroz. “Eu acredito muito na cadeia produtiva. Mas acredito também que a solução para o problema do arroz no RS passa pela competitividade. Produzimos praticamente 65% do arroz nacional, temos produtores competentes, tecnologia de ponta para alavancar a produção das lavouras e indústrias que são modelo para o mundo. Então por que não somos mais eficientes quanto gostaríamos de ser? Porque temos dificuldades competitivas”, analisa Doeler. 

Para o presidente do Sindarroz-RS, a questão portuária e as diferentes alíquotas de ICMS praticadas em cada estado da federação são fatores agravantes que precisam ser revistos. “As taxas portuárias no Brasil são muito mais altas do que nos demais países do Mercosul. A tributação é outro problema enorme, porque o arroz do Mercosul, por exemplo, entra pelo estado de Minas Gerais, onde a alíquota de ICMS é zero. Como nós produtores e indústrias do RS podemos competir se mandamos arroz com 12% de ICMS? A diferença é muito grande”, pondera. 

Com base nessa conjuntura a reforma tributária, ou pelo menos uma reforma do ICMS em âmbito federativo, é item número um na pauta da atual direção do Sindarroz-RS. “Estamos sendo eficientes em tudo, mas o produto não está chegando lá na ponta, no consumidor, com preço mais baixo. Então precisamos sentar à mesa com o governo – e o momento é muito bom para isso – para discutir todas essas questões. Sabemos que o Mercosul veio para ficar e é um grande aliado do Brasil, mas o governo precisa entender que também terá perdas com esse comércio livre”, enfatiza Doeler. 

FIQUE DE OLHO

O objetivo de seu mandato, segundo Elton Doeler, é dar mais representatividade e força política para a entidade e para o setor orizícola como um todo. “A cadeia produtiva do arroz precisa conversar entre si para se tornar mais competitiva porque todos ganham com isso. O produtor tem que ter a sua remuneração justa, assim como a indústria. Nosso produto precisa ser competitivo dentro dos supermercados, aqui no RS e nos grandes centros, como Rio de Janeiro e Minas Gerais. Também estamos empenhados em aumentar o consumo de arroz no país e quebrar este mito de que o arroz engorda”, destaca.

PERFIL 

Elton Doeler foi conduzido à presidência do Sindarroz-RS a convite do presidente anterior, Elio Coradini, através de uma chapa de consenso. É presidente do Grupo Felice, que inclui a Felice Indústria de Arroz, em São Pedro do Sul, 12 concessionárias da marca Fiat e três lojas da marca Dafra (de motocicletas). A Felice Indústria de Arroz é empresa de origem familiar, fundada em 1955 com o nome de Doeler Alimentos.

 

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter