Preço de grãos deve cair na Ásia com menor procura, prevê corretora

Índia e China começaram a colheita de arroz.

Os preços dos grãos na Ásia devem ser pressionados esta semana pela demanda mais fraca e pelas colheitas nos Estados Unidos e em importantes nações produtoras asiáticas, conforme informa o Estadão Conteúdo.

Os países asiáticos estão atualmente colhendo milho, soja e arroz plantados no verão. Os EUA estão colhendo trigo, milho e soja semeados na primavera.

"À medida que o inverno se instala e começam a ocorrer geadas, produtores norte-americanos estão acelerando o ritmo da colheita de milho e soja", disse Kaname Gokon, vice-gerente geral de commodities da corretora Okato Shoji, com sede em Tóquio.

A colheita de trigo da Austrália está em andamento e atingirá o pico em dezembro. Isso também pesa sobre os preços. Na Bolsa de Chicago (CBOT), os contratos para dezembro de milho e trigo estavam sendo negociados em torno de US$ 4,39/bushel e US$ 6,88/bushel no pregão eletrônico. A soja para novembro oscilava em torno de US$ 12,96/bushel. Muitos traders e analistas esperam que os preços caiam de 10 a 20 centavos de dólar por bushel esta semana. Com isso, alguns importadores se afastaram do mercado, esperando preços menores. "Os preços ainda têm espaço para cair, e importadores esperam novas perdas", disse um importador em Seul.

Na semana passada, a maior fabricante de ração animal da Coreia do Sul, Nonghyup Feed, ou Nofi, cancelou uma licitação em que buscava duas cargas totalizando até 140 mil toneladas de milho e uma carga de 60 mil toneladas de trigo para ração, citando preços acima das expectativas. A Nofi vai abrir outra licitação na terça-feira para uma carga de milho e outra de trigo para entrega em fevereiro e março e espera preços mais baixos, disseram operadores.

Índia, China e países do Sudeste Asiático começaram a colheita de arroz, o que também deve pressionar os preços. A Malásia recentemente cancelou uma licitação para importar 50 mil toneladas de arroz, esperando a retração das propostas de venda. "O Paquistão não conseguiu atrair compradores, apesar de uma queda acentuada nos preços com o início da colheita do arroz em Sindh, e eles os preços no Paquistão podem suavizar ainda mais", disse Abdul Aziz Ghaffar, diretor de RiceTex, uma corretora de arroz com sede em Karachi.

As volumosas vendas externas do Vietnã reduziram recentemente a demanda global, destacou Ghaffar. O arroz branco com 25% de quebrados do Vietnã está sendo oferecido a cerca de US$ 365/t (FOB), ante os US$ 345/t do arroz paquistanês.

No Brasil

Produtores, focados na semeadura da soja, estão sem interesse em vender estoques remanescentes. Assim, praticamente não há negócios envolvendo a soja no físico nacional. Entre 18 e 25 de outubro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (produto transferido para armazéns do porto de Paranaguá), em moeda nacional, subiu 1,57%, fechando a R$ 75,00/sc de 60 kg na sexta-feira. Porém, de 22 a 25 de outubro, o Indicador permaneceu estável. Ao ser convertido para dólar, moeda prevista nos contratos futuros da BM&FBovespa, o Indicador fechou a US$ 34,26/sc de 60 kg na sexta, elevação de 0,85% em sete dias.

A média ponderada das regiões paranaenses, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, teve aumento de 1,64% de 18 a 25 de outubro, a R$ 73,47/sc de 60 kg. No geral, o ataque de lagartas Helicoverpa sp ainda preocupa produtores de todas as regiões. Os que não registraram a ocorrência da praga têm feito o controle desde o início dos trabalhos de campo.

1 Comentário

  • O preço da gasolina e do diesel irá subir de 5 a 10% nos próximos dias… Com o efeito cascata tudo aumentará em função dos custos com frete… E o gatilho de R$ 34 também sofrerá esse reajuste??? São essas assimetrias que o Governo não está nem dando bolas e que em breve causarão enormes prejuízos aos produtores e a sociedade em geral… A inflação voltou com tudo… O governo não consegue por a economia nos trilhos novamente… Quando o FMI diz que sem controle nos gastos públicos e uma política voltada para a produção (aumento do PIB) é a única solução eles não estão blefando… Do jeito que vai muito em breve o Brasil estará igual a Venezuela… Importando quase tudo o que consome e vivendo da ilusão do Pré-Sal… Ou iremos comer petróleo????

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