Preço do arroz gaúcho encontra ponto de equilíbrio em julho

O estancamento da tendência de alta pode ser creditado a uma maior presença de vendedores para saldar vencimentos e investir na safra nova..

O mercado brasileiro de arroz vai encerrando julho com preços 2,1% superiores aos do fechamento do mês anterior. Na média do Rio Grande do Sul, a saca do grão em casca foi cotada a R$ 50,61. Em junho, os preços apresentaram uma variação de 11,1% entre a mínima (R$ 43,78) e a máxima (R$ 49,55). Em julho, esta diferença foi de apenas 1,3%, entre R$ 50,20 e R$ 50,86. “Estas diferenças mostram que no último mês do primeiro semestre o mercado nacional alinhou à realidade de abastecimento interno, de preços internacionais e de câmbio”, explica o analista de Safras & Mercado, Élcio Bento. “Em julho, já tendo precificado as variáveis, operou de forma lateral”, completa.

O estancamento da tendência de alta pode ser creditado a uma maior presença de vendedores para saldar vencimentos e investir na safra nova. “Mais que isso, sinaliza que o mercado doméstico já encontrou o ponto de paridade de importação, a partir do qual se torna atrativa a aquisição internacional”, pondera. A tendência é que a baixa volatilidade permaneça no próximo mês de agosto. Conforme Bento, eventuais oscilações mais acentuadas dependem de alterações na paridade de importação (preços internacionais e câmbio) ou do comportamento dos agentes de compra e venda no mercado doméstico.

De acordo com o primeiro levantamento de intenção de plantio realizado por Safras & Mercado, a área a ser plantada com arroz no Brasil na temporada 2016/17 deve ser de 2,285 milhões de hectares, o que representa um incremento de 5% em relação à da safra anterior. Na comparação com a média das três últimas safras, no entanto, haverá uma redução de 2%.

Segundo o analista, isto mostra que a elevação esperada é apenas uma recomposição frente às perdas ocasionadas pelo "el nino" nas lavouras da última safra. "Com essa área e com a produtividade voltando à normalidade, o potencial de produção no país é de 11,930 milhões de toneladas, se elevando em 13% frente ao colhido na safra 2015/16, mas, 4% abaixo dos 12,432 milhões colhidos na safra 2014/15", pondera.

5 Comentários

  • Com CERTEZA vai se colher MUITO mais ano que vem se o Clima Ajudar..A Colheita este ano foi fraca em virtude das Interperies do tempo…Quanto a preço este ano, NINGUEM pode apostar nada..É viver mês a mês, e so dar o passo do Tamanho da perna, para não cair….Qualquer coisa agora, não passará de Chutômetro….

  • Bom Dia.
    Prezados, cada elo remunera como pode o seu trabalho.
    Produtor reclama e está vendendo com prejuízo em médias nas últimas safras.
    Mas, só para meditar:
    Safra 2015/2016;
    Custo saco (segundo IRGA): R$ 48,47 (calculado pela média do estado).
    Preço de abertura / preço hoje (média) = R$41,00/R$54,00 + 31,7%
    Preço Farelo Arroz abertura / hoje = R$ 430,00/ R$ 700,00 + 62,79 %
    Preço gôndola (mesma marca) Fev/março = R$ 8,50/R$13,50 + 62,96%

    Quem está especulando em cima do arroz afinal, produtor, indústria ou varejo?
    Bons negócios!

  • O mercado de arroz apresenta sintomas de extress. Existe de ambas as partes uma pressão sobre a atividade, seja na interação Produtor X Indústria, seja na interação Indústria X Varejo e Atacado. É certo que há anos o produtor vem vendendo seu produto com pouco ou nenhum lucro. Motivos existem muitos para isso, desde efeitos climáticos, aumento inflacionário sob os insumos e custos da atividade, e até mesmo incompetência gestora do negócio.

    É certo que numa média – acredito eu -, a Indústria vem capitalizando mais que o produtor, mas hoje no atual cenário, o de crise, estamos todos no mesmo barco. Pois a cadeia que envolve as interações da Indústria com o Varejo passa por uma grande crise de baixa no poder de compra dos brasileiros e portanto, todos estão apertando suas margens.

    Gostaria de contestar a constatação feita acima pelo senhor Éverci Perez, com muito respeito à sua opinião, mas eu discordo dela. Sempre fui, e sempre estarei do lado da saúde da atividade, e portanto sempre me posicionei aqui, como um entusiasta da causa dos produtores, por perceber que esse elo, sempre foi o mais prejudicado, mas na ocasião em específico agora, eu queria levar um pouca a atenção dos senhores ao Varejo.

    Sobre a minha contestação, o faço através dos dados que menciono abaixo:

    Safra 2014-2015.

    Preço do Arroz em casca 58%, saca de 50Kg, no início de 2015: R$36,00
    Preço do Arroz em casca 58%, saca de 50Kg, no final de 2015: R$41,00
    Alta do Cereal em percentagem no período: 13,9
    Preço do Beneficiado Fardo de 30Kg – 6x5Kg – tipo 1, 4% quebrados e imperfeições, numa praça de interior Paulista, No início de 2015: NÃO ME LEMBRO.
    Preço do Beneficiado Fardo de 30Kg – 6x5Kg – tipo 1, 4% de quebrados e imperfeições, numa praça do interior Paulista: Não me lembro.

    Safra 2015-2016

    Primeiro Cenário

    Preço do arroz em casca, 58%, saca de 50Kg, no início de 2016: R$39
    Preço do arroz em casca, 58%, saca de 50Kg, EM AGOSTO DE 2016: R$54,00
    Alta do Cereal em percentagem no período: 58%
    Preço médio do beneficiado fardo de 30kg – 6x5kg, tipo 1 , 4% de quebrados e imperfeições numa praça do interior Paulista,NO INÍCIO DE 2016, NA ÁREA DE VENDA: R$59,94 ( 9,99 por unidade) .
    Preço médio do beneficiado, fardo de 30kg – 6x5Kg, tipo 1 , 4% de quebrados e imperfeições, numa praça do interior Paulista, EM AGOSTO 2016, NA ÁREA DE VENDA: R$82,74 ( 13,79 por unidade )
    Alta do Beneficiado em percentagem no período: 38%

    Safra 2015-2016

    Segundo Cenário

    Preço do arroz em casca, 58%, saca de 50kg, no início do ano de 2016: R$ 40,00
    Preço do arroz em casca, em Agosto de 2016: R$54,00
    Alta do cereal no período: 35%
    Preço do beneficiado de 30Kg, tipo 1, 4% de quebrados e imperfeições, numa praça do interior Paulista, no inicio de 2016: R$53,95 ( 8,99 por unidade )
    Preço do beneficiado de 30Kg, mesmas condições acima, em agosto de 2016: R$82,74( 13,79 por unidade )

    Seguindo essa minha análise pessoal, de quem visita supermercados da região mencionada todos os dias, percebemos que o Varejo subiu menos que o produtor esse ano. Devido a crise de consumo, de credibilidade e confiança do consumidor, o varejo esta com mais medo de subir os preços do que o produtor. Muito embora sabemos que o produtor vem de defasagem, e não cabe a mim, aqui, dizer que vocês estão ganhando mais dinheiro que o varejo, porque pode não ser verdade. Apenas digo que nessa crise não só do arroz mais da economia, todos estão fazendo esforços para manter a liquidez.
    me desculpem se disse alguma inverdade, estou a disposição para os diálogos

  • * Gostaria de fazer uma ressalva.

    No segundo cenário, faltou a informação da alta do beneficiado na área de venda, numa praça Paulista, no período que foi do início de 2016 até hoje, 03 de Agosto: 53%.

  • Boa tarde Sr. Felipe.
    Já discordamos de preços e custos em 2011 neste fórum.
    Cada um tem o seu número e concordo que gestão financeira é um problema para o produtor.
    O que saliento é que em toda a cadeia dos três elos principais o que faz maior pressão, sem sombra de dúvidas , é o atacado e o varejo.
    Os dados a que me refiro sao os que constato na minha região e é nela que vivo ou sobrevivo, não podendo discordar dos seus números.
    Somente quero frisar que não é o produtor o que está especulando como alguns que aqui escrevem costumam afirmar.
    Este cenário , mesmo de alta da materia prima , afirma que o aumento não é linear desde o produtor ao consumidor final.
    Ainda gostaria de salientar que no RS NÃO se negocia arroz com menos de 60% de inteiro sem desconto, o que diminui ainda mais a margem do produtor.
    Lembrem que, na super safra de 2010/2011 o varejo fez, com preço do arroz, muito pior do que está fazendo agora com o leite onde o reajuste do litro ao produtor é muito menor que o que esta sendo repassado para o consumidor final não só no litro em si mas em todos os derivados lácteos .
    Somente reflexão porque os fatos não mudarão nada.
    Abraço.
    Bons negócios!

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