Preço do arroz no Japão tem o maior aumento em 54 anos
(Por Planeta Arroz) O preço dos alimentos no Japão segue em alta, segundo o Índice de Preços ao Consumidor de janeiro, divulgado pelo governo na sexta-feira (21), informou o Nihon Keizai Shimbun.
Entre os itens com maior alta estão o repolho, que custa 2,9 vezes mais do que no ano anterior, e a acelga, com um aumento de 2,1 vezes.
O arroz registrou um aumento de 70,9%, enquanto o índice geral de alimentos frescos, que reflete mais de perto a experiência diária dos consumidores, subiu 4,0%, atingindo essa marca pela primeira vez em dois anos. Esse cenário prolongado de altas pode deteriorar o ânimo dos consumidores.
O arroz, em particular, teve o maior aumento desde janeiro de 1971, há 54 anos, impactando também os preços de refeições como sushi e onigiri. Para conter a alta, o governo anunciou a liberação de 210 mil toneladas de arroz dos estoques, medida que pode ajudar a reduzir os preços até o final de março.
O preço dos alimentos frescos, como vegetais, frutas e frutos do mar, subiu 21,9%, marcando o maior aumento desde novembro de 2004.
Condições climáticas adversas, como o calor intenso do verão passado e a recente escassez de chuvas, prejudicaram o crescimento de vegetais como o repolho, reduzindo significativamente a oferta. Outros vegetais, como brócolis e cebolinha, também apresentaram aumentos expressivos.
Além disso, o aumento dos custos de energia e fertilizantes, agravado pela guerra na Ucrânia e pela desvalorização do iene, tem pressionado ainda mais os preços.
O governo japonês alerta que o aumento dos custos trabalhistas e outros fatores podem manter os preços dos vegetais frescos elevados no longo prazo.
Produtos como chocolate e pão de forma também registraram aumentos significativos. O Japão se destaca entre os países do G7 por registrar uma taxa de inflação alimentar acima de 5%, a mais alta do grupo.
Os custos de energia e água também subiram 11,2%, com a gasolina aumentando 3,9%, impulsionada pela redução dos subsídios governamentais para conter os preços.
A inflação segue como uma preocupação para as famílias, com mais de 50% esperando aumentos acima de 5% no próximo ano. Se essa tendência continuar, poderá desacelerar ainda mais o consumo e afetar o ânimo dos consumidores.