Preço do arroz sobe 8,58%; feijão cai 7,33%
Pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostra que o arroz foi a principal alta individual da inflação na capital paulista na terceira quadrissemana do mês. Já o feijão liderou a lista das maiores quedas.
A mistura do arroz com o feijão, consagrada diariamente pelo brasileiro, passa por gritantes diferenças de comportamento de preços. Pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostra que o arroz foi a principal alta individual da inflação na capital paulista na terceira quadrissemana do mês. Já o feijão liderou a lista das maiores quedas.
A alta do arroz, de 8,58%, representou uma contribuição de 0,07 ponto porcentual no IPC-Fipe do período (0,16%), praticamente metade do indicador. Já o feijão, que caiu 7,33%, contribuiu com -0,04 ponto porcentual para o IPC.
– A alta do preço do arroz está na contramão dos preços agrícolas em geral -, disse o coordenador do IPC-Fipe, Paulo Picchetti.
Ele atribuiu a elevação à redução da oferta derivada de uma safra menor do produto e à continuidade de importação de parte dos grãos.
De acordo com avaliação de Picchetti, o preço do arroz deverá seguir em alta no fechamento do mês. Isto porque a defasagem entre os preços apurados pela Fipe e a comercialização no atacado é de duas a quatro semanas.
– O preço do arroz vai acelerar no fechamento – disse.
Da segunda para a terceira semana do mês, o preço do produto passou de uma alta de 9,4% na ponta ao consumidor para 10,5%. No mesmo período, o feijão acentuou a queda de 7,1% para 7,3%.
Ao longo de agosto, no entanto, o coordenador prevê redução dos preços do arroz, já que este movimento vem sendo verificado no atacado há duas semanas. Picchetti realizou as estimativas comparando os dados da Fipe com os do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), que divulga o preço no atacado.
O IPC da Fipe, que mede a inflação do município de São Paulo, acumulou no primeiro semestre deste ano inflação de 0,10% – a menor taxa para o período desde o início do Plano Real, em julho de 1994.
Com a inflação próxima de zero nos primeiros seis meses do ano e a perspectiva de poucas pressões na segunda parte de 2006, o coordenador da Fipe, Paulo Picchetti, reduziu a previsão de taxa para o acumulado do ano, de 4% para 2,5%.
Das agências