Preço médio do arroz em março é o maior desde 2005

O momento é de forte ingresso de cereal, que deve seguir até o final de abril. É importante ressaltar ainda que, enquanto os produtores estão focados na colheita, a comercialização acaba ficando num segundo plano.

A colheita da safra brasileira de arroz vem ganhando força e, mesmo assim, os preços se sustentam nos maiores patamares para um mês de março desde 2005, deixando a sinalização de que o ano comercial deve ser de cotações firmes. A constatação é do analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento.

Segundo dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), os arrozeiros gaúchos intensificaram a colheita durante a semana e o Estado tem 41,9% do processo concluído. De acordo com o levantamento do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), até o momento foram colhidas 3,1 milhões de toneladas. A expectativa é de que a safra chegue a sete milhões de toneladas, com os gaúchos produzindo 60% do arroz brasileiro.

Apesar de três regiões apresentaram queda na produtividade, a média estadual segue elevada. Segundo o levantamento, os rendimentos chegam a 7,03 mil quilos por hectare. Na região de Santo Antônio da Patrulha, por exemplo, as lavouras que foram semeadas no final de outubro e início de novembro tiveram perdas de até 20%. Os motivos seriam as chuvas e o frio durante o carnaval.

No entanto, este montante significativo colhido, pelo menos até o momento, não tem conseguido empurrar os preços abaixo do mínimo estabelecido pelo governo em R$ 22,00 por saca de 50 quilos. No acumulado de março de 2008, a média gaúcha é de R$ 22,74, que serve de referência para as demais regiões brasileiras. No mesmo período de 2007, era de R$ 20,42 e, de 2006, de R$ 17,56.

– Ainda é interessante destacar que na temporada anterior os preços já estavam sendo sustentados por mecanismos do governo e, na atual, tal sustentação é apenas psicológica, com o anuncio da liberação de recursos – destaca o analista.

O momento é de forte ingresso de cereal, que deve seguir até o final de abril. É importante ressaltar ainda que, enquanto os produtores estão focados na colheita, a comercialização acaba ficando num segundo plano.

– Por isso, ainda não há excesso de mercadoria no mercado, o que contribui para que os preços sigam acima do mínimo – explica Bento.

Segundo o analista, ainda é cedo pra dizer que as cotações já encontraram o piso neste ano comercial.

– Até o final do próximo mês, o viés seguirá sendo de baixa – acredita.

Os recursos disponibilizados pelo governo devem garantir fôlego para que os produtores escalonem suas vendas para abastecer o mercado adequadamente.

Sabe-se que muitos produtores não têm acesso aos mecanismos disponibilizados e podem ter uma maior necessidade de venda para honrar compromissos.

– Logo, mesmo com recursos públicos e com um cenário positivo, a postura dos agentes na comercialização tem peso significativo na formação de preços – finaliza.

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