Preços agrícolas mundiais retomam tendência altista

Será difícil para os complexos de grãos e oleaginosas evitarem os aumentos de preços e isso impactará no complexo agrícola como um todo no próximo trimestre.

Os preços internacionais dos alimentos devem ter alta em julho, depois de três meses consecutivos de quedas, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). De acordo com a organização, as preocupações com o clima seco e quente no Cinturão do Milho dos Estados Unidos devem impulsionar os valores das commodities nos mercados em geral. Os preços das commodities voltaram a subir, principalmente por conta das perspectivas de deterioração das condições das lavouras devido ao clima desfavorável, especialmente para o milho e soja produzido nos Estados Unidos.

Isso significa que o índice de preços dos alimentos da FAO deve ter alta neste mês de julho. Devido à atual onda de calor nos Estados Unidos, é muito provável que os preços do milho vão seguir sob pressão de alta por algum tempo. Não é tarde demais para as lavouras se recuperarem, mas o tempo está passando. As plantações de milho no Meio-Oeste dos EUA estão sofrendo com a seca durante uma fase importante de desenvolvimento, a polinização.

Não resta muita umidade no solo e as lavouras estão estressadas, fazendo com que a situação seja crítica. As condições não são tão ruins quanto em 1988, mas teremos apenas uma pequena fração dos estoques que tínhamos naquele ano ao entrar na nova temporada, o que eleva os riscos sobre o preço. Será difícil para os complexos de grãos e oleaginosas evitarem os aumentos de preços e isso impactará no complexo agrícola como um todo no próximo trimestre. Em junho, a continuidade das incertezas econômicas e a perspectiva de oferta adequada mantiveram em baixa os preços internacionais dos alimentos, que atingiram o menor nível desde setembro de 2010, segundo a FAO.

O índice de preços dos alimentos da FAO, que mede a oscilação mensal dos preços internacionais de uma cesta de commodities alimentícias, caiu 4 pontos percentuais ou 1,8% no mês passado, para 201 pontos. O índice está agora 15% abaixo do pico atingido em fevereiro de 2011, com os preços de todos os 55 grupos de commodities abaixo dos registrados em maio. A maior redução ocorreu nos óleos e gorduras. No entanto, o aumento nos preços do milho durante a segunda metade de junho sustentou os valores do trigo, que já estavam experimentando altas devido a cortes das estimativas de produção da Rússia. Os preços do açúcar também ganharam força perto do fim do mês devido às condições desfavoráveis para a colheita no Brasil, o maior exportador mundial.

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