Preços do arroz devem se acomodar em setembro, após recorde em agosto

 Preços do arroz devem se acomodar em setembro, após recorde em agosto

Lavoura de arroz no Rio Grande do Sul. Produtores estão mais dispostos a vender o cereal — Foto: Wenderson Araujo/Trilux/CNA

(Por Fernanda Pressinott, Globo Rural) Com a chegada das despesas de plantio, os rizicultores estão mais dispostos a vender arroz. Com isso, os preços que bateram recorde em agosto, com média de R$ 101 e negócios pontuais de até R$ 110 a saca, devem se acomodar em setembro. A percepção é de Evandro Oliveira, consultor especialista em arroz e feijão da Safras & Mercado, em evento virtual promovido pela consultoria.

Em agosto, uma série de fatores fez o cereal subir de preços. O primeiro foi a proibição da Índia, maior player global, de exportar arroz branco e basmati. Essa decisão elevou os preços globais e a demanda de países pouco exportadores como o Brasil.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Arroz (Abiarroz), o país exportou 296,5 mil toneladas (base casca) em agosto, alta de 20,3% na comparação com o mesmo mês de 2022. Além disso, ele lembrou que o país está em período de entressafra e Estados como São Paulo, Mato Grosso, Maranhão e Tocantins não têm mais cereal disponível.

Dessa forma, indústrias dessas regiões buscaram arroz no litoral norte gaúcho, onde os preços agora chegaram a R$ 110 a saca. Não bastasse tudo isso, o Rio Grande do Sul sofreu com um ciclone extratropical que dificultou o escoamento da produção estocada.

A mudança de preços para este mês deve ocorrer porque metade da safra americana foi colhida e “inundou o mercado externo a preços competitivos”, afirmou o analista. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o país deve produzir 7,01 milhões de toneladas na safra 2023/24, quase 2 milhões mais que no ciclo anterior. “Setembro será decisivo. Acredito que a safra americana freará as exportações brasileiras”, disse Oliveira.

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