Preços do arroz devem se manter altos em 2009
O tema foi discutido ontem na 31ª Expointer durante o Dia do Arroz.
Os preços do arroz em 2009 devem ser superiores à média histórica da última década no Rio Grande do Sul, mantendo-se entre R$ 25,00 e R$ 30,00 a saca de 50 quilos. O equilíbrio entre oferta e demanda garante valores altos aos produtores na próxima safra, resultado do crescente aumento na cotação das commodities no cenário internacional. O tema foi discutido ontem na 31ª Expointer durante o Dia do Arroz.
O aumento também foi causado pelos rumores de escassez do produto e de suspensões das exportações de arroz por grandes países. De acordo com o diretor da empresa uruguaia Saman, Renato Gastaud, a proximidade da colheita nos países asiáticos deve fazer os preços atingirem patamares acessíveis. Ele ressalta que a cotação do arroz não voltará a níveis baixos, como aconteceu nas últimas safras.
– O alto custo para produzir o cereal, assim como outros produtos, garante preços maiores ao arrozeiro – ressalva.
Para o diretor do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Ícone), André Nassar, o aumento dos preços significou uma recuperação das perdas registradas em cerca de dez anos. Segundo ele, a alta está ligada diretamente ao petróleo. Outro fator que eleva a cotação gaúcha são as exportações. Há cinco anos, o Brasil embarcava menos de 30 mil toneladas ao ano. O valor deve ultrapassar 450 mil toneladas apenas em 2008.
Nassar ainda destacou a mudança do perfil exportador, passando de arroz quebrado para o beneficiado, com maior valor agregado.
O fracasso da Rodada de Doha, segundo Nassar, não afetará o produto.
– Os estoques menores garantem a manutenção dos preços praticados atualmente – afirma.
O diretor do Ícone prevê que o Rio Grande do Sul poderá exportar cerca de 2,5 milhões de toneladas em dez anos devido ao aumento da produtividade e a abertura de novos mercados.
SAIBA MAIS
Os produtos agrícolas vêm obtendo maior valorização desde o primeiro semestre deste ano. Esse comportamento se deve sobretudo aos anúncios de que poderia estar ocorrendo uma crise mundial de alimentos motivada principalmente pelos Estados Unidos. O país passou a produzir etanol a partir do milho e afetou o abastecimento do mercado com esse tipo de grão.