Preços do arroz e da carne vão subir nos próximos meses em SC

Alta do milho irá impactar no preço de aves e suínos no segundo semestre.

Os consumidores terão que esperar alguns meses para voltar a encher os carrinhos nos supermercados. Especialistas e entidades do setor de agricultura apontam que o preço do leite, por exemplo, deve reduzir só a partir de setembro, quando começa a primavera e os pastos voltam a crescer. Além disso outros produtos devem ficar bem mais caros nas prateleiras no segundo semestre. Arroz e carne terão as maiores altas.

Os motivos para os acréscimos estão principalmente no clima. Chuvas em excesso no período do plantio e inverno antecipado atingiram em cheio a produção. Além disso, muitos produtores trocaram o milho pela soja, o que resultou na falta do insumo, o que também impacta diretamente no preço do leite e carnes, por exemplo.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, afirma que o plantio do milho começa em setembro, mas ainda assim não deve resolver a alta dos alimentos:

— Estava demorando para chegar nos mercados o que a gente está vivendo na produção. O milho pode reduzir um pouco, mas vai ficar próximo de R$ 40 a saca, sendo que antes era R$ 23, o que vai elevar os custos — defende o presidente da Faesc.

Para o feijão, a única saída a curto prazo para reduzir os preços é a importação, pois o plantio da próxima safra começa na primavera e a colheita a partir de dezembro. Nas gôndolas de um supermercado popular no Saco Grande, em Florianópolis, o quilo do feijão chegava a R$ 10. A cliente Deise Ferreira disse que antes, quando custava R$ 8, o grão já estava caro.

— Por isso, eu sempre faço pesquisa em vários mercados, e se estiver caro eu não compro. Mas fazer o que se aqui que é um dos mais baratos, tá esse preço? — questiona.

O vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri, afirma que o feijão, além do clima, teve influência de uma doença nas áreas produtoras no Centro-Oeste. A colheita do arroz também foi prejudicada pelo excesso de chuva e só deve ter redução a partir do ano que vem, na próxima safra:

— Vai faltar arroz, o preço vai subir ainda mais no segundo semestre — defende Barbieri.

E não para por aí. O presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, reforça que daqui para frente haverá aumento significativo no preço das carnes, principalmente aves e suínos, e não há expectativa de queda:

— Houve um aumento de insumos, principalmente no milho. No segundo semestre, haverá aumento gradativo nos preços para o consumidor.

Na seção de hortifruti dos supermercados, o clima também impacta no bolso dos consumidores. Em um estabelecimento de Florianópolis, a batata inglesa estava R$ 7,38. A dona de casa Ângela Silva, ao ver o preço, desistiu de levar. Trocou pelo aipim.

— Pela primeira vez na minha festa de aniversário, não vai ter maionese — lamenta.

Mas Barbieri afirma que o aumento de culturas como batata e cebola é facilmente revertido, pois há possibilidade de importação e nova safra em breve

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