Preços do arroz e feijão sobem; cesta básica ficará mais cara

A dupla arroz e feijão, que havia caído 3,55% setembro, disparou 3,58%.

Os brasileiros que ganham entre 1 e 2,5 salários mínimos experimentaram uma inflação ainda mais pesada em outubro. O Índice de Preços ao Consumidor Classe 1 (IPC-C1), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), fechou o mês a 0,66%, maior taxa desde junho, quando o indicador teve alta de 1,29%. No ano, a variação acumulada é de 6,36% e, nos 12 meses, de 7,97%.

No Brasil, a inflação medida pelo IPC acumula, no ano, 5,95%. A diferença entre as taxas é uma conseqüência dos pesos diferentes dos itens que compõem o indicador. Como os alimentos representam 40% dos gastos de uma família da classe 1 e foram esses os produtos que mais subiram de preço, o indicador desse grupo de brasileiros fica mais salgado que a média nacional.

Básico
O grupo alimentação, que em setembro teve deflação de 1,65%, subiu 1,01% no mês passado. As mercadorias básicas, presentes diariamente na mesa das famílias, foram as que mais aumentaram de preço. A dupla arroz e feijão, que havia caído 3,55% setembro, disparou 3,58%. As carnes bovinas saltaram 4,10%. “Só esses três itens foram responsáveis por 50% do IPC-C1 e 79% do grupo alimentação”, disse André Braz, coordenador do IPC.

Os pescados frescos apresentaram elevação de 1,97%. As frutas tiveram alta de 6,36% e as hortaliças e legumes se mantiveram em queda, mas em ritmo bem menor: de -10,46%, do mês anterior, para -2,15% em outubro. A má notícia é que os preços devem ficar ainda maiores, segundo Braz. “Pode ser que, neste ano, esses alimentos subam ainda mais por questões de sazonalidade”, afirmou. O economista afastou a crise do IPC. “Ainda não notamos a alta do dólar influenciando os preços que são mais relevantes para o indicador”, disse.

De acordo com Braz, as altas registradas em outubro foram conseqüência da safra. A mudança de estação também provocou alterações nos preços dos itens de vestuário. O grupo subiu 1,89% em outubro contra alta de 0,43% do mês anterior. As roupas aumentaram 2,03%. “A principal explicação para esse comportamento foi a mudança de coleção”, afirmou o economista. A classe de despesas educação, leitura e recreação teve elevação de 0,20%, um dos itens que pressionou esse indicador foram os passeios de férias cuja variação passou de -0,21% para 1,27%.

Os preços também subiram na categoria saúde e cuidados pessoais, cuja taxa passou de -0,08% para 0,29%. Os medicamentos foram os principais responsáveis por esse resultado. Na categoria transportes, a variação foi quase nula: 0,01% mesmo com a gasolina tendo subido 0,38% em outubro.

Desaceleração
A única classe que apresentou redução de preços foram despesas diversas, cuja variação foi de 1,45% no nono mês de 2008 para 0,54% no mês passado. Os itens que mais contribuíram para esse movimento foram cigarros, que mudou de 2,28% para 1%, e os alimentos para animais domésticos, cujos preços subiram 2,24% em setembro e 0,80% em outubro.

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