Preços do arroz em casca cedendo em ritmo lento

A pressão de baixa não deve persistir por tempo prolongado, mesmo com a previsão de recuperação da safra do Rio Grande do Sul.

Com o início da colheita das áreas irrigadas no Sul do Brasil, especialmente Rio Grande do Sul e Santa Catarina, os preços do arroz em casca pagos aos produtores vão cedendo nos últimos dias, mas de forma lenta, sem pressão baixista acentuada, com compradores e vendedores retraídos neste final de fevereiro. O feriado de Carnaval tende a reduzir ainda mais o volume de negócios, com compradores das indústrias aguardando um percentual mais elevado da área colhida, a fim de observar a necessidade e intenção de venda por parte dos produtores. O dólar abaixo dos R$ 3,10 será uma variável baixista neste início de safra, pois reduz a paridade de exportação do arroz brasileiro. As cotações globais estão relativamente sustentadas, mas em níveis mais baixos (em dólares) do que no mesmo período do ano passado.

Com uma safra em 2016/2017 suficiente para atender a demanda, o ritmo de exportações, principalmente nos primeiros meses do novo ano-safra que se iniciará oficialmente no dia 1º de março de 2017, será determinante para estabelecer o piso para os preços no mercado interno. Nesta penúltima semana do ano-safra, que se encerra em 28/02/2017, o preço médio ponderado do arroz em casca pago ao produtor do Rio Grande do Sul, para produto FOB, com 58% de grãos inteiros, é de R$ 48,75 por saco de 50 Kg, acumulando leve baixa de 0,3% em sete dias e de 1,8% nos últimos 30 dias, mas ainda permanece acima do mesmo período do ano passado (em termos nominais), quando a cotação média foi de R$ 41,39 por saco de 50 Kg.

A pressão de baixa não deve persistir por tempo prolongado, mesmo com a previsão de recuperação da safra do Rio Grande do Sul. O balanço de oferta e demanda de arroz no Brasil deverá seguir bem ajustado na temporada 2016/2017, com baixos estoques de passagem e maior equilíbrio entre exportações e importações. Os estoques iniciais da safra 2016/2017, em 1º de março de 2017, estão estimados em apenas 366,9 mil toneladas (base casca). Esses estoques iniciais, somados à produção, estimada em 11,839 milhões de toneladas, formariam uma oferta de 12,206 milhões de toneladas, com consumo interno de 11,5 milhões de toneladas. As exportações brasileiras devem voltar a crescer em 2016/2017 e estão estimadas em 1,250 milhão de toneladas (base casca), 40% acima das 890 mil toneladas estimadas para 2015/2016.

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