Preços do arroz em março são 25% inferiores aos de 2024 em Santa Catarina
Colheita de arroz em Santa Catarina: Aires Mariga
(Por Epagri/Cepa) O mês de março fechou com os preços do arroz em queda, seguindo a tendência observada no último trimestre do ano anterior, segundo relatório do Cepa/Epagri em seu boletim agropecuário mensal. No comparativo anual, os preços de março de 2025 foram 25% menores, em termos reais, em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo a economista Gláucia Padrão.
Ela explica que a média parcial dos 10 primeiros dias de abril também confirma a tendência de queda, com redução de 5,7% em relação ao mês anterior. Entre as explicações para este comportamento, está o bom desempenho da safra, com estimativa de aumento da produção em relação à safra anterior se confirmando pelo avanço da colheita.
O aumento da produção é esperado também no Rio Grande do Sul que enfrentou o mês de março sob intensa desvalorização das cotações do grão em casca. Os preços internacionais também seguem em queda. “De maneira geral, os preços apresentaram comportamento similar em todas as regiões do estado no mês de fevereiro, com quedas mais expressivas no Litoral Norte e Grande Florianópolis. No mercado atacadista os preços seguem a mesma tendência de queda”, informa Gláucia.
Comércio Exterior
No que diz respeito ao comércio internacional de arroz, este é pouco representativo no estado catarinense. De janeiro a março de 2025 foram exportados US$ 632,9 mil, tendo como principais destinos Trinidad e Tobago (59,6%), Cuba (15,5%) e Senegal (14,5%).
Esse valor é aproximadamente 18% menor do que o exportado no mesmo período do ano anterior. De maneira geral, os contratos de exportação do arroz começam a ser executado a partir de fevereiro, o que justifica a pouca movimentação ocorrida no mês de janeiro. “No mês de março, por outro lado, houve um incremento das exportações, que no comparativo com o ano anterior, representou aproximadamente 12% de aumento no valor. Apesar de a média do dólar no mês de março ter caído em relação à fevereiro, a comparação entre os preços domésticos e de exportações tornou o mercado internacional mais atrativo”, diz a especialista da Epagri.
Do lado das importações, o valor foi 60,17% menor do que o registrado no mesmo período de 2024. Entre os principais parceiros comerciais de Santa Catarina no período analisado, destacam-se Uruguai (38,21%), Paraguai (29,87%) e Itália (18,46%). Para a temporada 2024/25 a expectativa é de uma produção global elevada devido as boas condições climáticas nas regiões produtoras.
“No Brasil não deverá ser diferente, pois além das boas condições climáticas, os preços elevados em 2024 levaram a um aumento da área plantada no país, o que por um lado reduz os preços internos, mas torna o produto mais competitivo no mercado internacional, de forma que as exportações podem aumentar em 2025 e a necessidade de importações tende a reduzir”, agrega Gláucia Padrão.
Safra 2025
A colheita da safra de arroz irrigado 2024/25 entra em reta final. Com 94% da área destinada ao grão, colhida no estado, a expectativa de bom desempenho vai se confirmando. Estima-se até o momento uma área de 145 mil hectares no estado, o que representa estabilidade em relação à safra anterior. A colheita encontra-se mais avançada no Litoral Norte, onde o plantio ocorre mais cedo, em função da prática de cultivo da soca.
Das lavouras ainda em campo, 2% estão em floração e 98% em maturação, com 93% das áreas apresentando condição considerada boa.Com a colheita da safra principal se aproximando do fim, os olhares se voltam para a soca, que na principal região onde esta prática acontece (Litoral Norte) os resultados tem sido desuniformes, com grande ocorrência de plantas daninhas que tendem a se desenvolver e atrapalhar a próxima safra, caso não haja manejo adequado na entressafra.
Com relação à produção, a expectativa é de que esta seja 9,52% maior do que na safra passada, impulsionada por um aumento de 9,85% na produtividade média, estimada em 8,73 toneladas por hectare. “Se a expectativa se confirmar, esta deverá ser uma produtividade recorde, acima da produtividade média obtida em 2022/23 que se destacou pelos bons resultados”, informa a economista Gláucia Padrão.
As boas condições climáticas associadas ao emprego de cultivares de alto potencial produtivo, investimento em tecnologia e melhorias de manejo, são os principais fatores que explicam esse aumento de produtividade média e confirma a tendência observada em anos anteriores.