Preços do arroz na Tailândia são os maiores em sete anos

Seca e Coronavírus, além da restrição das exportações por seus concorrentes ajudaram o segundo maior exportador do mundo a elevar suas cotações.

Os preços do arroz e trigo subiram na Tailândia ao maior patamar em sete anos, uma vez que o surto de coronavírus está limitando a disponibilidade de mão de obra e levando os países a reduzirem suas vendas externas mesmo que a oferta geral seja ampla.

Fontes do governo tailandês explicam que xistem expectativas de maior demanda pelo arroz do  player mundial depois que outros grandes exportadores, como a Índia e o Vietnã passaram a enfrentar interrupções na exportação de alimentos básicos estratégicos devido à pandemia do Covid-19.

"Ao contrário de outros setores, a agricultura é fortemente afetada pelo momento do bloqueio, e não pela duração, devido ao rigoroso calendário de plantio e colheita”, disse Samarendu Mohanty, diretor de um importante centro de comércio de alimentos na Ásia.

O preço do arroz – um alimento básico no continente – atingiu o maior patamar em sete anos, depois da alta devido à pandemia. "À medida que os importadores correm para comprar mais e estocar o grão, os exportadores restringem os embarques", segundo nota da Associação de Exportadores de Arroz da Tailândia (TREA), o preço do arroz branco com 5% de quebrados – a referência do setor – aumentou 12% de 25 de março a 1º de abril. Os preços do arroz agora são os mais altos desde o final de abril de 2013, segundo a entidade.

A Ásia produz e consome 90% da oferta mundial de arroz.

Na Índia, os comerciantes de arroz pararam de assinar novos contratos de exportação, pois a escassez de mão de obra e as interrupções logísticas dificultam a entrega de vendas já firmadas.  Enquanto isso, o governo vietnamita colocou restrições à exportação, que se limitará a 400 mil toneladas por mês, contra uma média de 550 mil em 2019.

Mesmo antes do pico de março causado pelo Covid-19, os preços do arroz começaram a subir no final de 2019 devido a uma forte seca na Tailândia e à forte demanda de importadores asiáticos e africanos. A Tailândia é o segundo maior exportador mundial depois da Índia e à frente do Vietnã.

O ganho nos preços ocorre apesar das expectativas de produção robusta neste ano-safra e de estoques de passagem de arroz e trigo em níveis mais altos de todos os tempos , disse Samarendu Mohanty.

A TREA garantiu em um relatório semanal que os estoques de arroz são amplos, mas reconheceu as dificuldades em obter mão de obra em meio ao surto de vírus, à medida que trabalhadores cambojanos que predominam no segmento voltam para casa devido ao bloqueio nacional.

"Isso pode dificultar as atividades agrícolas sazonais e afetar futuras colheitas", disse Mohanty pelas redes sociais. “Ao contrário de outros setores, a agricultura é fortemente afetada pelo momento do bloqueio, e não pela duração, devido ao rigoroso calendário de plantio e colheita”, completou. “Se a estação de plantio for perdida, não haverá colheita e estará afetado um ano inteiro.”

“Embora as compras de importação de algumas commodities tenham acelerado nas últimas semanas, os desafios logísticos estão sendo relatados à medida que as restrições de movimento e as medidas de quarentena se disseminam”, disse o Conselho Internacional de Grãos (CIG) em um relatório recente. Também reconheceu um forte aumento na demanda de curto prazo, especialmente para alimentos à base de arroz e trigo.

Os preços futuros do trigo também são mais altos. Subiram 15% na Bolsa de Chicago na segunda quinzena de março, devido à compra de emergência pelos consumidores e às preocupações com as safras decorrentes de bloqueios na América do Norte e Europa.

 

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