Preços do arroz sobem na Índia por demanda de compradores africanos

 Preços do arroz sobem na Índia por demanda de compradores africanos

Safra indiana cresceu e governo precisou intervir pra conter a pressão de oferta

Agências governamentais, os exportadores compram agressivamente enquanto os mercados de exportação na Tailândia e Vietnã apresentam calmaria na ausência de compradores.

A produção de arroz semeado no verão da Índia deve alcançar um recorde de 93,88 milhões de toneladas no ano agrícola, até junho de 2017, 2,81% acima do ano passado, já que as abundantes chuvas de monção ajudam a aumentar os rendimentos. Os preços do arroz no país asiático avançaram esta semana à medida que a demanda dos compradores africanos melhorou e as agências governamentais e os exportadores compraram agressivamente, enquanto os mercados de exportação na Tailândia e no Vietnã ficaram calmos na ausência de compradores.

A Índia, o maior exportador de arroz do mundo, viu o padrão de arroz com 5% de quebrados subir US$ 7 por tonelada, para US$ 357/t, uma vez que a demanda impulsionou as cotações locais. A busca por arroz indiano foi ampliada por compradores de países africanos neste início de ano, segundo um exportador com sede em Kakinada, no sul do estado de Andhra Pradesh. Segundo ele, ainda que os suprimentos da colheita da segunda estação estejam chegando, as agências governamentais estão ativas no mercado, realizando compras para programas sociais e formação de estoques, e isso equaliza a pressão de oferta.

A decisão do governo indiano de retirar notas de alto valor monetário interrompeu os suprimentos em novembro e dezembro e isso fez com que muitos compradores domésticos não pudessem reconstituir seus estoques, disse um comerciante com sede em Mumbai. Daí, também, o fortalecimento das compras em janeiro a partir de uma circulação normal do dinheiro. Havia um forte derrame de notas falsas na Índia, que já afetava sua economia. A medida também visou reprimir a corrupção. Foram retiradas de circulação as notas de Rs500 e Rs1,000 (rúpias).

Tailândia / Vietnã

Enquanto isso, o preço de referência tailandês de arroz com 5% de quebrados foi US$ 360 a US$ 365 a tonelada, free-on-bord (FOB) Bangkok na quinta-feira passada. Com o ano novo chinês se aproximando, as novas remessas para o grande cliente não seriam realizadas a tempo, disse um comerciante em Bangkok. Já a Associação de Exportadores de Arroz da Tailândia indicou o arroz com 5% de quebrados a US $ 380 por tonelada na quinta-feira.

Grão no mesmo padrão no Vietnã, na mesma data, foi cotado a US$ 335 e US$ 345 a tonelada, FOB Saigon, baixando cinco dólares sobre a semana anterior, também por causa do fraco movimento de remessas externas. “O mercado está muito quieto, com ausência de compradores”, disse um comerciante com sede em Ho Chi Min. O Vietnã e as Filipinas estenderam um acordo de comércio de arroz até dezembro de 2018, segundo o qual o Vietnã se comprometeu a fornecer a seu parceiro até 1,5 milhão de toneladas de grãos por ano.

O Vietnã deverá exportar 5,8 milhões de toneladas de arroz em 2017, um aumento de 7,4% em relação ao ano anterior, de acordo com um relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos em dezembro. Com os números finais ainda não computados, a expectativa é de que a Tailândia tenha superado a Índia como maior exportador mundial em 2016, por conta da retração do mercado mundial, com cerca de 9 milhões de toneladas, 300 mil a mais do que o país hindu.

Ao mesmo tempo, a retração nos dois países em 2016, pelo aumento das colheitas dos grandes importadores, deve somar mais de 3 milhões de toneladas não exportadas. O ponto de equilíbrio está no fato de suas safras terem sido menores e a Tailândia ter mais de 60% de seus estoques antigos inutilizados para consumo humano, sendo carreado para produção de etanol combustível. (Com informações de agências internacionais)

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