Preços em queda favoreceram compras antecipadas de fertilizantes
As revendas e misturadoras de pequeno e médio porte continuam bastante agressivas no mercado e procuram não perder negócio.
Os preços dos fertilizantes no mês de abril caíram de forma considerável em relação aos preços praticados no mês de março. As revendas e misturadoras de pequeno e médio porte continuam bastante agressivas no mercado e procuram não perder negócio.
Nesses casos existe a opção de prazo para pagamento de até 90 dias, porém o que se vê é ainda uma limitação muito grande nos prazos para aquisição de fertilizantes. A maior alta registrada continuou sendo a do Cloreto de Potássio (KCl), com mais de 3% de acréscimo em relação a março de 2009 e um acumulado de 27,16% de alta com relação a novembro de 2008, quando alcançou a cotação mais baixa, R$ 1.595,00 contra os R$ 2.028,33 registrados este mês (preços médios). O preço desse produto deve continuar subindo, visto que a oferta no mercado mundial ainda se encontra bem retraída.
O Brasil importa quase 90% do volume total de Potássio que consome e são apenas quatro grandes fornecedores mundiais do produto. Os Nitrogenados como a Uréia e o Sulfato de Amônio tiveram queda de preços. A Uréia que teve forte variação de 5,45% de alta no mês de março caiu 13,2% este mês a maior queda registrada no grupo das matérias-primas. Já os fosfatados, que tiveram um leve aumento nos preços mês passado, caíram 3,6% no mês de abril.
No acumulado médio desde outubro de 2008, as matérias-primas caíram 18,7 pontos percentuais até o mês de abril e os formulados 22,8 pontos para baixo, mesmo com a considerável alta do Cloreto de Potássio. Alguns produtores começaram a adquirir os produtos antecipadamente, mas a cautela por parte da maioria continua. A tendência é que o preço continue diminuindo.
No entanto, se sabe que os estoques de matéria-prima estão baixando e as importações devem começar a ocorrer em volumes maiores a partir deste mês, com isso novos preços oriundos das matérias-primas importadas devem ser incorporados aos preços praticados no mercado interno. Portanto, a previsão é de que os preços possam enfrentar altas por ocasião do término desses estoques, que devem durar até o mês de junho.
As grandes empresas fabricantes e distribuidoras de fertilizantes no Brasil estão ainda bastante cautelosas com relação às vendas, tanto que têm freado as vendas de matéria-prima como Uréia, Sulfato de Amônio de Cloreto de Potássio visando agregar maiores lucros na venda dos formulados, além de evitarem, também, o desequilíbrio em seus estoques.
Houve uma baixa nos preços no mercado mundial que se refletiu agora no Brasil. Porém, não se sabe até quando esses preços no mercado internacional se manterão.
Outro ponto que merece destaque é a reação no preço do petróleo que tem batido a casa dos US$ 60,00 o barril. Essa commodity, historicamente, sempre influenciou o preço dos fertilizantes, especialmente os nitrogenados, e sabe-se também, que há uma influência direta no preço dos fretes marítimos. As vendas estão ocorrendo, mas a grande fatia é para os produtores que necessitam de pequenas quantidades.
Para se ter uma idéia, as vendas (fertilizantes entregues ao consumidor) no período de janeiro a março deste ano despencaram 23,7% enquanto que, no mesmo período de 2008 relacionado a 2007, as vendas haviam aumentado em 18,26%. Isso mostra, evidentemente, o efeito da crise que afetou todos os nichos de mercado no Brasil.
Há uma expectativa de que com a baixa nos preços o volume de vendas venha a aumentar. Diante desse quadro talvez o momento seja de oportunidade para aquisição de fertilizantes, porém a cautela sempre é importante, visto que a oscilação no mercado, por conta da crise mundial é bastante notada.