Preços estáveis, baixo interesse de venda e preocupação com a seca no RS

 Preços estáveis, baixo interesse de venda e preocupação com a seca no RS

(Por Cleiton Evandro dos Santos, AgroDados/Planeta Arroz) A comercialização de arroz em casca, faltando de 20 a 30 dias para começar a colheita no Rio Grande do Sul, é baixa, exceto na Zona Sul, onde a formação de uma carga para exportação de arroz em casca gerou um pouco mais de movimento dois dias desta semana. Em geral, os rizicultores gaúchos estão mais preocupados com a forte estiagem, o dimensionamento e o controle de irrigação e o manejo das lavouras do que em comercializar. Quem, nesta época, ainda tem arroz, e não vendeu por até 19 dólares a saca para envios ao mercado externo, demonstra não ter pressa para vender.

As indústrias voltaram do recesso de virada de ano e férias coletivas, com um pouco mais de demanda do que se viu em dezembro. As de menor porte tiveram alguma dificuldade para repor matéria-prima para as suas necessidades, levando em conta que os produtores firmaram a média de preços para venda. Quem comprou, precisou lançar mão de um pouco mais de recursos do que pretendia. No entanto, regiões como a Central e a Campanha apresentam cotações referenciais entre R$ 57,00 e R$ 58,00 para a saca de arroz de 50 quilos, em casca, 58×10.

Assim, o mercado se arrasta neste início de ano e o Indicador do Arroz no RS, editado pelo Cepea, alcançou R$ 62,33 nesta quinta-feira, 13, registrando recuo de 0,3% no mês, mas com alguma volatilidade. Os preços já desceram a R$ 62,17, mas buscaram uma sustentação um pouquinho acima. Pelo câmbio do dia, a saca de arroz equivalia a US$ 11,29.

SECA

O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) divulgou relatório nesta sexta-feira sobre a estiagem. Ainda não há números oficiais do Irga sobre o acompanhamento do plantio, mas o instituto aponta que uma avaliação das seis regiões arrozeiras mostra o desenvolvimento satisfatório da cultura. De modo geral, registra que existem perdas e deficiências hídricas pontuais, que se agravam dia após dia, mas que poderão ser amenizadas se houver chuva nas próximas semanas. A região Central é considerada a de maior probabilidade de perdas se não ocorrerem chuvas substanciais nos próximos dias, pelo fato de um número maior de lavouras dependerem da água de pequenos rios e arroios que estão praticamente secos. Há relatos pontuais de produtores abandonando áreas com levantes e mais longe dos canais de irrigação.

Em maior número, há rizicultores trabalhando para gerenciar melhor o suprimento de água, temendo a falta do recurso no final do ciclo reprodutivo. Na região das lagoas, muitos estão investindo no alongamento da área de captação em direção à água, mas temendo a salinização da água.

A Emater/RS considera a safra gaúcha com a fase de plantio concluída e também registra a preocupação pontual com a estiagem e o baixo volume de água dos reservatórios para a época, no entanto, enfatiza que naquelas lavouras que foram dimensionadas com água suficiente para irrigação, o desenvolvimento é excelente. Preocupa um percentual acima do esperado em evaporação dos mananciais.

SANTA CATARINA

Em Santa Catarina a colheita já começou, em especial no Litoral Norte, em que o primeiro corte está em andamento. As áreas recebem nova adubação nitrogenada e produzem aproximadamente um volume de 30% a 35% do total de grãos numa segunda brotação. No Sul Catarinense também avança a colheita, em algumas áreas com primeiro corte e também em lavouras que fazem corte único, plantadas no cedo. Preços médios na faixa de R$ 60,00.

PREÇO AO CONSUMIDOR

Os preços do arroz aos consumidores, pesquisados por Planeta Arroz, mantiveram-se com mínimas alterações ao longo desta primeira quinzena de janeiro. O pacote de cinco quilos do arroz branco, tipo 1, manteve preço mais comum em torno de R$ 20,00, ou seja, com média de R$ 4,00 por quilo. Marcas de “guerra” mantém preços mais populares, mas há uma limitação da oferta. Em geral, a indústria considera que o janeiro é “mais fraco” e está bastante pressionada pelo varejo que insiste no discurso de uma safra grande e estoques também maiores. No entanto, a cadeia produtiva assumiu que a estiagem fatalmente determinará perdas. E isso poderá, no mínimo, estabilizar os preços.  A expectativa é de que as cotações se mantenham estáveis também na próxima quinzena.

3 Comentários

  • Oi Claiton! Vamos noticiar a realidade dos fatos! Quebra de soja e milho ao redor de 50%… Abandono das lavouras de arroz de 10 a 15% da area plantada…. A grande maioria dos produtores acionando os seguros de banco… Lavoura plantada com baixa tecnologia… Custos Altissimos… Pessoal levando as lavouras a banho! Rios secos… Tudo torrando… Vcs esperam que teremos safra cheia? Chuvas esparsas… O crime está feito… Agora é rezar para os temporais do norte não se virarem prá cá durante a colheita!!! A realidade e o pessimismo não andam juntas! Ano complicadissimo. Exatamente como previ em agosto! Tá tudo registrado lá atrás…

  • Sem querer azedar mais o caldo….arroz no super São José de Camaquã. …não vou citar a marca….tipo 1…..5 kg ….R$ 13,60….gôndola na entrada do super….e pra arrebentar com o peão. …chamarisco de fregueses com promoção de arroz…..digam-me , o que podemos esperar mais da indústria e do varejo ????
    Se não houver uma grande redução de área para a próxima safra……..todos os produtores morrerão abraçados! !!!

  • Sr. Carlos, e Será que é Tipo 1 mesmo?????

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