Preços firmes no mercado mundial do arroz

Analista do Cirad francês, Patrício Mendéz Del Villar, aponta período de preços mais firmes no mercado mundial do arroz.

Em novembro, os preços mundiais permaneceram firmes mais uma vez em função da escassa oferta de exportação, sobretudo no Vietnã. Somente os preços do arroz paquistanês e tailandês, de alta qualidade, baixaram devido a uma oferta mais abundante. A demanda de importação continua escassa com a expectativa de chegada da nova safra asiática ao mercado.

Em novembro, o índice OSIRIZ/InfoArroz (IPO) subiu para 133,0 pontos (base 100 = janeiro de 2000), contra 131,8 pontos em outubro.

Produção e comércio mundiais

Segundo a FAO, a produção mundial deverá aumentar 1% em 2006 alcançando um volume recorde de 633 milhões de toneladas de arroz (equivalente a 424 milhões de toneladas de arroz branco), contra 630 milhões de toneladas em 2005. As perspectivas 2007 se anunciam boas, sobretudo na China e na Índia, graças a uma utilização cada vez maior de sementes híbridas com forte potencial produtivo. No futuro, a Índia espera aumentar também sua produção graças ao aporte de biotecnologias.

Os estoques mundiais, que se encontram nos níveis mais baixos dos últimos 25 anos, deverão se estabilizar em torno de 100 milhões de toneladas. Em 2006, o comércio mundial deverá alcançar 28,5 milhões de toneladas, contra um volume recorde de 29,4 milhões de toneladas em 2005. A retração se deve ao incremento da produção em vários países importadores. Não obstante, a oferta dos grandes exportadores poderá aumentar levemente em 2006/07. Portanto, os preços mundiais deverão se manter firmes nos próximos meses.

Mercado de exportação

Na Tailândia, os preços tiveram uma queda no princípio do mês em função da abundante reserva do Governo (cerca de 3,5 milhões de toneladas). Os preços tailandeses começaram a se firmar em meados de novembro, por conseqüência das dificuldades de exportação do Vietnã e apoiados por um bath mais forte frente ao dólar. Tailândia e Vietnã acabam de firmar um acordo de cooperação para limitar a redução dos preços de exportação. Deve ser lembrado que, anteriormente, iniciativas para coordenar as políticas de preços já foram firmadas entre ambos países, porém sem muito sucesso. Em novembro, o Tai 100%B baixou para US$ 302/t Fob, contra US$ 308/t em outubro. No início de dezembro, este marcava US$ 308/t. O quebrado A1 Super se manteve estável a US$ 221/t, contra US$ 220/t em outubro.

No Vietnã, os preços tiveram uma forte alta em função da decisão governamental de proibir novas exportações, pelo menos até janeiro próximo. A medida tem por objetivo assegurar o abastecimento do mercado local. Somente os contratos firmados anteriormente, com destino a Indonésia e a Cuba, por exemplo, serão finalizados antes do fim do ano. Em novembro, o Viet 5% subiu para US$ 294/t, contra US$ 277/t em outubro. O Viet 25% também se revalorizou para US$ 275/t, contra US$ 253/t em outubro.

No Paquistão, os preços baixaram mais uma vez em função da boa oferta. Graças aos preços mais competitivos, as exportações paquistanesas aumentaram cerca de 10% em relação ao ano anterior. Em novembro, o Pak 25% marcou uma média de US$ 225/t, contra US$ 230/t em outubro.

Na Índia, os preços subiram em função da revalorização dos preços de intervenção e das compras públicas no mercado local (cerca de 28 milhões de toneladas de arroz em casca). As perspectivas de produção de grãos da Índia não são muito boas, podendo ser insuficiente para atender as necessidades do país.

Nos Estados Unidos, os preços indicativos subiram novamente, sustentados por um mercado externo mais ativo. A diferença de preços com a Tailândia alcança agora uma média de US$ 73/t, contra somente US$ 13/t em 2005. Em novembro, o arroz Long Grain 2/4 marcou US$ 430/t, contra US$ 422/t em outubro.

No Mercosul, a produção 2006/07 poderá finalmente aumentar graças às boas condições de plantio nas regiões do Sul. Na Argentina, as exportações têm progredido em relação ao ano passado. Atualmente, as empresas nacionais buscam a abertura de novos mercados na América Central.

Na África, depois da redução das importações arrozeiras, estas poderão se reativar em 2007 (+5%) em função de uma estagnação da produção em 2007, sobretudo na África ocidental. A produção africana de arroz atende somente 53% das necessidades locais, contra 60% no início da década de 1990.

Mais informações em www.arroz.agr.br .

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