Preços se mantêm em queda no mercado mundial de arroz

 Preços se mantêm em queda no mercado mundial de arroz

Grande safra da Índia ajudará o país a alcançar perto de 20 milhões de t exportadas, (Foto: Divulgação)

(Por Patricio Méndez del Villar, Cirad/InterArroz) Em novembro, os preços mundiais do arroz desceram na maioria dos mercados de exportação, após a chegada progressiva das novas colheitas asiáticas. Os importadores também tendem a reduzir suas demandas de importação na época da colheita. Além disso, antecipam novas quedas de preços quando a maior parte da safra principal asiática comece a chegar ao mercado em meados de dezembro. A Índia continua a liderar o mercado de exportação graças à abundantes estoques e apontando também excelentes perspectivas para a safra Kharif.

A Índia poderia alcançar um novo recorde de vendas em 2021, superando 20 Mt, já 40% do comércio mundial de arroz e três vezes mais do que seus dois principais concorrentes asiáticos. O Vietnã e a Tailândia disputam-se o segundo lugar mundial, mas com uma vantagem para o Vietnã, apesar de uma boa recuperação das exportações tailandesas desde agosto passado. As perspectivas globais indicam uma forte recuperação no consumo devido às boas colheitas nas principais regiões produtoras de arroz. Espera-se que o comércio mundial aumente 7,5% a 49,0 Mt contra 45,6 Mt em 2020.

Em novembro, o índice OSIRIZ/InfoRice (IPO) diminuiu 1,2 pontos para 202,3 pontos (base 100=janeiro de 2000) contra 203,5 pontos em outubro. No início de dezembro, o índice IPO ainda estava descendo para 198 pontos. Esta tendência deve continuar nas próximas semanas.

Produção mundial

Segundo as últimas estimativas da FAO, a produção mundial de arroz em 2021 deve aumentar em 1% para 780,7 Mt (518,4 Mt base beneficiado) contra 773,7 Mt em 2020. A produção asiática deve aumentar graças à safra recorde esperada na Índia. Também na China, a produção poderia melhorar em 1%, contra 0,5% em 2020. Na Tailândia, a produção deve melhorar novamente em 3,5%, enquanto no Vietnã, as colheitas aumentariam apenas 0,7%.

Nos Estados Unidos, após o forte aumento em 2020, a produção tive uma queda de 10% em 2021 devido à redução das áreas plantadas. No Mercosul, a produção melhorou, especialmente no Brasil onde se estima um aumento de 4,5% em relação a 2020. Na África subsaariana, a produção de arroz voltou a sofrer das más condições climáticas, especialmente na África Ocidental. Em Madagascar, estima-se que a produção também tenha diminuído 3,5% em 2021.

Comércio e estoques mundiais

Em 2021, espera-se que o comércio mundial do arroz aumente significativamente em 7,5% para 49,0 Mt contra 45,6 Mt em 2020. As necessidades de importação aumentaram em 10% no sul da Ásia, especialmente em Bangladesh. As importações chinesas também aumentaram em 2021. Da mesma forma, a África subsaariana mostra um forte crescimento das importações, especialmente na Nigéria, Costa do Marfim e Senegal. A Índia reforça sua liderança global e espera estabelecer um novo recorde de exportação em 20 Mt, 37% acima de seu recorde anterior em 2020 e representando 40% do comércio mundial, muito à frente do Vietnã e da Tailândia.

Embora as exportações tailandesas tenham mostrado um forte aumento desde agosto passado, elas permanecerão em terceiro lugar, atrás do Vietnã que mantém o segundo lugar graças a um aumento de 7% nas exportações em 2021. Em 2022, o comércio mundial poderia aumentar novamente em 5% e alcançar pela primeira vez cerca de 51,4 Mt, o equivalente a 10% da produção mundial.

Os estoques mundiais de arroz no final de 2021 devem aumentar em 0,7% para 187 Mt contra 185,8 Mt em 2020, representando 36% das necessidades mundiais et ficando dentro da média dos últimos cinco anos. Este aumento se deve principalmente ao aumento dos estoques indianos graças às boas colheitas esperadas em 2021. Por outro lado, espera-se que os estoques chineses diminuam em 0,5%, mas ainda são abundantes, o equivalente a 70% do consumo anual. Espera-se que os estoques nos principais países exportadores aumentem novamente em 5% em 2020/21 para 52 Mt, ou 28% dos estoques mundiais.

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