Presidente do Irga avalia próxima safra, mercado e Programa Arroz/RS

Entrevista: Pery Francisco Sperotto Coelho, presidente do Irga .

A produção de arroz do Rio Grande do Sul já colhe resultados da semeadura feita pelo programa Arroz RS, lançado no primeiro ano do Governo Germano Rigotto. O mais significativo, entre eles, é o da produtividade. Foi ultrapassada a média histórica dos últimos 15 anos. Em vez de cinco toneladas por hectare, a lavoura orizícola gaúcha está produzindo mais de seis toneladas por hectare, como destaca nesta entrevista o presidente do Instituto Rio-Grandense do Arroz, Pery Francisco Sperotto Coelho. Metade da produção nacional do arroz vem das lavouras gaúchas. O volume da próxima safra é estimado em 6,3 milhões de toneladas. “Para atingirmos o planejado, trabalhamos com mais de 30 projetos específicos, todos com metas a serem alcançadas”, explica Coelho. O setor orizícola gera no RS 232 mil empregos, entre diretos e indiretos.

Qual sua avaliação do programa Arroz RS?

Já estamos no terceiro ano de implantação do programa, que começou no nosso governo, com quatro objetivos específicos e básicos: aumentar a produtividade média das lavouras do Rio Grande do Sul, reduzir os custos de produção, diminuir o impacto ambiental e melhorar a qualidade do produto arroz. Para atingir o planejado, trabalhamos com mais de 30 projetos específicos, todos com metas a serem alcançadas. Na primeira fase se mexeu com a produtividade das lavouras do Estado. Nesta segunda etapa, registramos aumento de demandas interna e externa. Está previsto, para dezembro, o lançamento do projeto de aumento do consumo de arroz no Rio Grande do Sul e todo o Brasil. É uma estratégia em elaboração pelo Governo do Estado e iniciativa privada.

Como foi o desempenho desta parte da meta já alcançada?

No histórico dos últimos 15 anos, havia uma produção média no Rio Grande do Sul de cinco toneladas por hectare. Com a implantação do programa Arroz RS, com seus projetos específicos – como o Dez e o de capacitação e treinamento -, preparamos um verdadeiro exército de pessoas: mais de 1,5 mil profissionais com títulos de capataz de lavoura, extensionistas, agrônomos, dirigentes de cooperativas, e outros de convênios com diversas entidades. Levamos novas tecnologias e novo manejo integrados. Nos projetos Dez colhemos uma média de oito toneladas de arroz por hectare do Estado.

Houve um grande salto de produtividade, de cinco toneladas para oito toneladas?

O desempenho é registrado no projeto Dez. Na média do Estado, nos últimos dois anos, já estabilizamos em seis toneladas. Esta meta fazia parte do programa Arroz RS e, na verdade, já foi ultrapassada. Mostramos a capacidade que existe no Estado. Isto é, temos potencial de atingir oito toneladas. A média das lavouras do Rio Grande já ultrapassou as seis toneladas e isso é importante de ser construído no programa Arroz RS. Estamos nos empenhando agora é no aumento do consumo e das exportações – as demandas interna e externa.

Sobre isso, o que o programa Arroz RS prevê para o aumento do consumo interno e externo do produto?

Elaboramos em conjunto um centro de excelência do arroz, com a participação da iniciativa privada, técnicos renomados, Com o conhecimento de todos, foram reunidos num grupo de pessoas que está interessado na questão do arroz alimento, do arroz saúde, da sua função e da sua funcionalidade. Reiterando, durante o mês de dezembro, estaremos lançando uma campanha de mídia nacional e local, com a finalidade de levar ao consumidor, benefícios e qualidades que do arroz na alimentação.

Qual a importância do arroz no setor primário gaúcho?

No Rio Grande do Sul, há 50% da produção brasileira. Ou seja, metade do que se produz hoje no país vem do Estado. E o arroz de qualidade é o irrigado, produzido em clima temperado. Esta é a tendência mundial. As fronteiras para ele estão cada vez menores e limitadas no mundo, devido às restrições com a oferta de água. Esta é uma oportunidade importante para o Estado. Por isso, apostamos e investimos. São plantados, atualmente, 1,5 milhão de hectares de várzeas, envolvemos 15 mil produtores, com a geração de 232 mil empregos, entre diretos e indiretos na cadeia produtiva do arroz. É uma atividade importante, considerada como a principal colheita da Metade Sul do Estado.

Qual é a estimativa de colheita para a próxima safra no Rio Grande do Sul?

Contabilizamos 85% da lavoura plantada. É o mesmo índice registrado no ano passado. A área estabilizada em mais de 1 milhão de hectares. Como é meta do programa Arroz RS, devemos atingir 6,250 toneladas por hectare. Ou seja, estamos prevendo uma colheita de 6,3 milhões de toneladas.

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