Presidente Lacalle Pou abre a colheita do arroz no Uruguai
(Por El Observador) A colheita de arroz da safra 2021/2022 foi inaugurada nesta sexta-feira, 18 de março, em uma propriedade produtiva localizada em Rio Branco, Cerro Largo, em uma atividade organizada pela Associação de Cultivadores de Arroz (ACA) com uma série de reivindicações e elogios do produtores do setor ao governo.
Alfredo Lago, dirigente da ACA, em seu discurso, como fez em anos anteriores, voltou a destacar o desejo do sindicato de que a Ancap seja privatizada; solicitou que a conectividade com os portos brasileiros fosse melhorada por meio da construção de uma nova ponte sobre o rio Yaguarón; que seja feita uma prestação do Sistema Nacional de Garantias (SIGA) para o arroz; que seja revertida a situação de altos custos no porto de Montevidéu; e que a ferrovia central possa ser usada para transportar a produção de arroz.
O Presidente da República, Luis Lacalle Pou, e o Ministro da Pecuária, Agricultura e Pescas, Fernando Mattos, ouviram atentamente o discurso do presidente da gremial arrozeira, enquanto autoridades departamentais e ministeriais e alguns legisladores, como os senadores Guido Manini Ríos e Sebastián Da Silva, acompanhados, em seus casos, de onde as pessoas assistiam para o palco.
Os agradecimentos
Nem todas as manifestações foram reclamações. O presidente do sindicato anfitrião lembrou que no ato inaugural da safra anterior de arroz, o presidente Lacalle Pou lhe pediu que contasse, durante o ano seguinte, as propostas que os produtores fizeram e o que foi respondido.
“Há elogios, vários elogios”, disse Lago, e destacou o trabalho do Ministério da Saúde Pública (MSP) no enfrentamento da pandemia, as ferramentas financeiras disponibilizadas pelo Banco da República (BROU), a administração do Fundo do Arroz , melhorias no atendimento da Antel em algumas áreas de cultivo de arroz; e os investimentos e benefícios da UTE em termos de irrigação.
Alfredo Lago, presidente da ACA: Esforço na questão do combustível (Anália Pereira)
“Os preços dos combustíveis subiram, bem depois de 21 de março, mas houve um esforço do governo e da Ancap para mitigar os aumentos do petróleo na hora de quantificar o preço final no futuro”, disse o produtor de arroz que preside a ACA, e assegurou que isso gerou um bom nível de competitividade com a região.
Além disso, acrescentou que a ACA vê esforços para “eliminar o famoso fator X” e aprecia a eliminação da obrigatoriedade do uso da mistura de biodiesel.
Ato inaugural da safra de arroz 2021/2022. (Anália Pereira)
O referendo
Durante a sua oratória, Lago salientou que a Lei de Consideração Urgente (LUC) forneceu bons instrumentos às zonas rurais e exortou os membros da ACA e a população em geral a defendê-la nas urnas (domingo) 27 de Março, votando no Não no referendo através do qual pretendem revogar 135 dos seus artigos. A mensagem foi aplaudida de pé pelos presentes.
O Presidente da República voltou a assistir à colheita inaugural do arroz. (Foto: Anália Pereira)
75 anos e reconhecimento
Este ano, em que a ACA comemora 75 anos, foi a primeira vez que se repetiu o local da inauguração da colheita do arroz. E não foi por acaso que o local escolhido foi Rio Branco, já que aquela região é muito importante para a história dessa produção no país, comentou Lago, que afirmou com entusiasmo que anos atrás a ponte de Mauá viu passar por ali muitas famílias que vieram para o Uruguai. com o sonho de progredir e evoluir na produção desta cultura. “Muitos deixaram suas vidas nisso”, refletiu.
A solenidade de inauguração foi realizada na propriedade do rizicultor Emiliano Ferreira, que está no setor há 18 anos.