Principal variedade do arroz preocupa produtores

 Principal variedade do arroz preocupa produtores

Lavoura de arroz em dificuldades com os preços da variedade do Irga

Como consumidor tem restrições a aspectos visuais do grão, indústria paga menos ao agricultor.

Principal variedade de arroz plantada no Rio Grande do Sul, com 44% da área, a cultivar Irga 424 RI tem preocupado muitos produtores. Isso porque a indústria tem reduzido o valor pago pela saca em razão da ocorrência de barriga branca (centro do grão com coloração branca) ou grão gessado (todo branco) em até 15%.

“Quando lançaram (a cultivar), era para ser o ‘xodó’, fizeram festa”, recorda o presidente da União Central dos Rizicultores (UCR), Ademar Kochenborger. “Agora, além de vender a saca a R$ 37,00, estamos perdendo 10%”, completa, referindo-se ao desconto aplicado na região central. Conforme o dirigente, a situação torna-se mais grave porque muitos produtores estão endividados. Em Cachoeira do Sul, município que carrega o título de Capital Nacional do Arroz, uma estimativa preliminar da UCR indica que pelo menos 30 deles vão deixar a atividade neste ano. A UCR, desde 2015, não contribui com a anuidade da Federarroz.

A indústria alega que o desconto deve-se à dificuldade de comercializar a variedade. “Quando se coloca um produto com essa incidência de defeitos, o consumidor não tem simpatia pela compra. O aspecto visual fica prejudicado”, explica o presidente do Sindicato da Indústria do Arroz do Rio Grande do Sul, Elio Coradini Filho. De acordo com ele, a característica passou a aparecer em maior quantidade neste ano, já que até a última safra a presença da variedade não era tão grande nas lavouras gaúchas.

O Irga argumenta que a cultivar tem potencial genético para produzir até 14 mil quilos por hectare, quase o dobro da média do Estado. “Esse material, por ser de alta produtividade, não tem alta qualidade. São parâmetros que a gente não conseguiu atingir ainda”, explica o diretor técnico do instituto, Maurício Fischer. Apesar disso, Fischer diz que a ocorrência de problemas deve-se muito às condições de manejo e recomenda que o plantio seja feito no máximo até 15 de outubro, com adubação, controle de invasoras e irrigação adequados.

“Claro que não se vai retirar todos os defeitos com relação a gessado e barriga branca, mas reduz bastante”, admite, destacando que muitos produtores que fizeram manejo adequado conseguiram classificação tipo 1. Fischer adianta que, nos próximos dois anos, devem chegar ao mercado materiais com melhor qualidade, porém sem os mesmos níveis de produtividade. O Irga alega, ainda, que o centro branco desaparece com o cozimento e não representa prejuízos ao consumidor.

3 Comentários

  • Quanta ladainha por causa de uma variedade! Se não gostou da variedade,então não plante mais,simples assim! A escolha está nas mãos de nós produtores,façam as contas e tirem suas conclusões.Enquanto uns entram no joguinho da indústria outros estão tendo ótimos resultados com esta variedade! Agora,deixar a indústria dizer que variedade eu devo plantar É UM ABSURDO!

  • Falta informar melhor o consumidor, caso se deparar com arroz q ficar empapado, q deva diminuir a água no proximo cozimento. Eu mesmo não gostei qdo cozinharam pela primeira vez, mas foi só diminuir a quantia de água q já melhorou e ficou bom. E já deparei com muitas pessoas q reclamam dos resultados de cozimento , mas por simples falta de informacão, pq estão acostumadas com cozimento de variedades normais. SE A INDUSTRIA NÃO QUER SE QUEIMAR SUAS MARCAS, INFORMEM MELHOR O CONSUMIDOR.SDS.

  • Se o aspecto visual do produto não é bom , é porque o arroz vendido ao consumidor não é TIPO 1, que deve ter no maximo 7,5% de defeitos, como quebrados, gessados, rajados etc.Infelizmente o 424 este ano apresentou muitos grãos gessados que até certo ponto torna inviavel ou impossivel a sua separação. È a velha história: Qualidade X Quantidade. Como comentou o Sr Felipe: Cada produtor faz a escolha de acordo com suas necessidades.

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