Produção cresceu graças à Índia e comércio mundial avançou 13%
(Por Patrício Méndez del Villar, InterArroz/Cirad) Segundo estimativas da FAO, a produção mundial do arroz em 2021 aumentou 0,7% para 782 Mt (519,3 Mt base beneficiado) contra 776,7 Mt em 2020. A produção asiática aumentou graças a uma safra recorde na Índia. A produção melhorou também na China, Tailândia e Vietnã. A informação é do boletim mensal InterArroz, do economista Patrício Méndez del Villar, do Cirad, da França.
Segundo o documento, nos Estados Unidos, a produção contraiu 10% em 2021 devido a uma redução das áreas plantadas substituídas por culturas mais lucrativas (milho, soja). No Mercosul, a produção no Brasil melhorou em 4,5% em relação a 2020. Entretanto, poderia cair 12% em 2022.
Na África subsaariana, a produção de arroz voltou a sofrer das más condições climáticas, especialmente na África Ocidental. Em Madagascar, estima-se que a produção também tenha diminuído 3,5% em 2021.
Comércio e estoques mundiais
Em 2021, o comércio mundial do arroz aumentou significativamente em 13% para 51,5 Mt contra 45,6 Mt em 2020. Este é o maior aumento desde 2017.
As necessidades de importação aumentaram 10% no sul da Ásia, especialmente no Bangladesh. As importações chinesas também aumentaram, bem como na África subsaariana, onde se observou um forte crescimento, especialmente na Nigéria com a reabertura de suas fronteiras terrestres no final de 2020.
A Índia bateu todos os recordes de exportação para 21,4 Mt, melhorando de 48% seu recorde anterior em 2020 e respondendo por 42% do comércio mundial. A Tailândia, apesar de um forte aumento nas vendas externas durante o segundo trimestre do ano, permanece na terceira posição atrás do Vietnã, cujas vendas aumentaram em 5,5% em 2021.
Em 2022, as primeiras projeções indicam um aumento adicional no comércio mundial, mas de apenas 3,8% para 53,4 Mt.
Os estoques mundiais de arroz no final de 2021 teriam aumentado em 1,5% para 189,3 Mt contra 186,4 Mt em 2020, representando 37% das necessidades mundiais, e superiores de 2 pontos em relação a média dos últimos cinco anos. Este aumento deve-se principalmente ao incremento dos estoques indianos graças às boas safras em 2021. Por outro lado, os estoques chineses ficaram em queda de 0,5%, mas ainda são significativos, equivalentes a 70% do consumo anual e 55% dos estoques mundiais.
As existências nos principais países exportadores aumentaram novamente em 2020/21 em 5% para 52,5 Mt, o equivalente a 28% dos estoques mundiais.
Elaboração: InterArroz/Cirad