Produção da China crescerá 24MT até 2029

 Produção da China crescerá 24MT até 2029

Arroz irrigado em terreno salgado, na China

Segundo estudo, a orizicultura da China crescerá 1% ao ano, acumulando 233,8 milhões de toneladas em 2029.

A transformação e modernização da agricultura na China acelerarão significativamente nos próximos 10 anos, e o nível de modernização agrícola melhorará constantemente, de acordo com o relatório China Agricultural Outlook (2020-2029) divulgado pela China Agricultural Outlook Conference 2020, que resumiu e analisou a situação do mercado de 18 grandes produtos agrícolas em 2019, fez projeções sobre produção, consumo, comércio e preço nos próximos 10 anos e avaliou possíveis incertezas.

O foco do desenvolvimento agrícola da China mudará do aumento da produção para a melhoria da qualidade. A produção e o fornecimento de produtos ecológicos, biológicos e de alta qualidade e seguros aumentarão significativamente, informou o relatório.

A estrutura das variedades de grãos de alimentos continuará otimizada, com a área de plantio em declínio constante. O aumento da produção unitária promoverá o crescimento da produção de arroz e trigo, com uma taxa média anual de crescimento de menos de 1% nos próximos 10 anos, afirmou o relatório.

Assim, o país que colheu 209,6 milhões de toneladas de arroz em casca em 2019, deve elevar sua colheita para 233,8 milhões de toneladas em 2029, somente com avanço de produtividade e mesmo com uma redução gradual de área. A diferença de 24 milhões de toneladas equivale a 2,2 vezes a produção brasileira de arroz no ciclo 2019/20, que deve ficar em torno de 10,8 milhões de toneladas.

A China planta, anualmente, cerca de 33,5 milhões de hectares de arroz.

No entanto, é importante frisar que os chineses comandam pesquisas importantes para a produção de arroz em áreas de pântanos salobros (tolerantes ao sal e à alcalinidade), que podem agregar, nesta década, até 3,5 milhões de hectares à orizicultura local segundo algumas autoridades. Yuan Longping, o pai do arroz híbrido, principal cientista do país, afirma que só neste sistema, em alguns anos, será possível produzir 50 milhões de toneladas e alimentar 200 milhões de pessoas.

Há também estudos avançados para a produção arrozeira em áreas desérticas e com variedades tolerantes a diferentes estresses climáticos e hídricos. No entanto, há cientistas que discordam da possibilidade de plantar arroz em terras alcalinas do interior do país, cujos solos são muito mais alcalinos e com maior teor de sal do que na região costeira. Estes cientistas, como Liu Guangfei, do Eagle Grenn Technology Development, acreditam que esse projeto será restrito a algumas áreas e também de acesso à população de alto poder aquisitivo, uma vez que um quilo é vendido a US$ 7,50.

Pelo relatório, os estoques de arroz da China devem crescer dos atuais 106 milhões de toneladas beneficiadas (258 milhões t em base casca) para 120 milhões de toneladas (180 milhões de toneladas em base casca, aproximadamente). A demanda também deve crescer cerca de 1% ao ano, o que indica que os volumes de importação chineses devem aumentar levemente, a menos que consiga assegurar um avanço significativo em suas pesquisas e na área cultivável. A grande restrição para a produção de arroz na China é a disponibilidade de água. Nos cultivos em zonas salobras ou com água do mar, é preciso misturar água doce na irrigação e reduzir os teores de sal.

OUTROS PRODUTOS

A produção de soja e leite crescerá a uma taxa média anual de 3%, e o milho, frutas e carne de aves 2% a 3%, enquanto a carne de porco, carne bovina e carneiro, açúcar, legumes e batatas crescerão 1% a 2%.

A China Agricultural Outlook Conference, organizada pelo Instituto de Informações Agrícolas da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas, emitiu o relatório China Agricultural Outlook por seis anos consecutivos. O relatório atualiza as informações de monitoramento agrícola e orienta a produção agrícola e o ajuste de mercado dos produtos agrícolas.

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