Produção de grãos do Brasil tem comportamento misto
USDA prevê consumo de arroz na média, mas produção de milho menor
Seca vai atrapalhar a produção de milho no Brasil, mas o arroz não deve ter grandes novidades em relação aos números do ano passado.
A produção de grãos no Brasil deve ter comportamento misto nesta temporada, pois o clima impede melhor rendimento de algumas culturas, mas impulsiona outras, de acordo com um relatório da Rede Global de Informações Agrícolas de 1º de abril do Serviço Agrícola Estrangeiro do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
As condições de seca fizeram com que o USDA diminuísse a produção de milho da safra 2019-20 do Brasil para 100 milhões de toneladas. Espera-se que o consumo doméstico de milho do país diminua, pois o COVID-19 está impactando a demanda por etanol desse grão. O USDA estima a redução de um milhão de toneladas para 67 milhões de toneladas na campanha de 2019-20.
Prevê-se que as exportações brasileiras de milho diminuam 15% na campanha de 2019-2020, para 34 milhões de toneladas.
"As exportações recorde de quase 40 milhões de toneladas em 2018-19 deixaram os estoques severamente esgotados, enquanto a forte demanda interna dos setores de aves, suínos e gado sugere que o Brasil consumirá uma parcela maior da safra atual", afirmou o USDA.
Prevê-se que a produção de milho da safra 2020-2021 do Brasil atinja 103 milhões de toneladas, com o consumo também subindo para 69 milhões de toneladas.
Ao mesmo tempo projeta-se a produção de arroz – em base beneficiado – do país suba na campanha de 2019-20 para 7,17 milhões de toneladas. O USDA atribuiu o clima favorável ao aumento. Prevê-se que a produção da campanha de 2020-2021 caia ligeiramente para 7,07 milhões de toneladas.
A previsão de consumo no Brasil permanece inalterada em 7,45 milhões de toneladas.
Já em relação ao trigo, o USDA indica que a produção para a campanha de 2019-2020 se mantenha estável em 5,15 milhões de toneladas. Já a colheita no Brasil 2020-21 deverá aumentar. Devido à expansão de área, o USDA estimou um aumento de 8,7% na produção para 5,6 milhões de toneladas. Por sua vez, as importações para a campanha de comercialização 2020-21 foram reduzidas para 7 milhões de toneladas, na expectativa de aumento da produção doméstica.
