Produção gaúcha de arroz poderá cair quase 10%

Com isso, a colheita deverá ser de 8,119 milhões de toneladas.

Se as projeções iniciais da Emater-RS para a próxima safra se confirmarem, o Rio Grande do Sul produzirá 823,1 mil toneladas a menos de arroz no ciclo 2011/12 do que em 2010/11. Seria uma queda de 9,2%, influenciada pelos baixos preços e pelas dificuldades de comercialização, além da redução dos níveis dos reservatórios para irrigação das lavouras que começam a ser plantadas em setembro, conforme o presidente da instituição, Lino de David.

A estimativa faz parte do primeiro levantamento da Emater-RS para o plantio da próxima safra de verão no Estado, responsável por 65% da produção de arroz do país. Conforme a pesquisa, a área destinada à cultura deverá recuar 5,6%, para 1,105 milhão de hectares, e a produtividade, calculada a partir da média das dez últimas safras, ficará em 7.348 quilos por hectare, retração de 3,9% ante 2010/11. Com isso, a colheita deverá ser de 8,119 milhões de toneladas.

De David atribuiu a queda à insatisfação e à insegurança dos produtores com os preços do arroz – que, apesar da reação das últimas semanas, amargam retração de 21,7% nos últimos 12 meses, para R$ 23,16 a saca de 50 quilos na semana passada, conforme a própria Emater-RS. O valor também está 10,2% abaixo do preço mínimo oficial de R$ 25,80, mas o dirigente crê que se o volume de chuva for abundante em setembro, a projeção poderá aumentar.

Em compensação, a Emater-RS prevê alta de 4,9% na área plantada de milho, para 1,155 milhão de hectares, estimulada pela elevação de 36% no preço pago aos produtores nos últimos 12 meses até a semana passada, para R$ 25,80 a saca de 60 quilos. Mas a estimativa inicial da produção, de 5,304 milhões de toneladas, é 8,2% menor que a última safra, em razão de uma produtividade média 12,6% menor (4.593 quilos por hectare).

Segundo De David, o preço do milho para o produtor gaúcho está 24% acima da média dos últimos cinco anos, e o cereal é uma commodity com tendência de alta do consumo global. O mesmo vale para a soja, que apesar do efeito cambial desfavorável, acumula alta de preço de 4,8% no últimos 12 meses, para R$ 42,59 a saca de 60 quilos.

Para a Emater-RS, as lavouras de soja deverão ocupar mais áreas no sul do Estado e crescer 0,88% em 2011/12, para 4,107 milhões de hectares. Mas a produtividade média estimada é 12,8% menor (2.508 quilos por hectare), o que deve resultar em 10,3 milhões de toneladas, baixa de 12,01%. Para a primeira safra de feijão, que nos últimos 12 meses teve queda de 11,4% no preço médio, para R$ 65,58 o saco de 60 quilos, a Emater-RS prevê área de 68,7 mil hectares (queda de 0,64%) e produção de 81,6 mil toneladas (12,2% a menos).

11 Comentários

  • A redução vai ser de 40%. 20% pelo desistímulo e 20% pela seca que se avizinha! Mas temos que filtrar as notícias porque têm muitos que olham essas notícias e acreditam que vai faltar arroz no ano que vem. Não se enganem pessoal. Plantem o que podem plantar. Não aumentem seus compromissos. Ano que vem não vai faltar arroz, pois além do que será produzido temos 2 milhões de toneladas nas mão do governo. É só o arroz subir um pouco e eles começam os leilões! PLANEJAMENTO E MUITO CUIDADO!!!

  • REDUÇÃO DE NO MINIMO 30% JÁ, POIS ANO QUE VEM SERA PIOR…O AVISO ESTA DADO COM ANTECEDENCIA, DEPOIS NÃO ADIANTA RECLAMAR..EXISTE UMA NOTICIA DE REDUÇÃO DE 5,64% DA AREA…SO PODE SER PIADA DE MAU GOSTO…30% DE REDUÇÃO NO MINIMO..NÃO PODEMOS MAIS COLHER 8 MILHOES DE TONELADA DE ARROZ POIS O PREÇO FICARA PIOR QUE ESTE ANO.

  • Eu concordo com o Evandro, 40% redução de área, bem porque neste cenário q se encontra o setor orizícola não se pode arriscar mais nada.E ainda temos que contar com o fator Mercosul arroz uruguaio e argentino e mais o arroz do governo que vêm se abastecendo aos poucos. Planejamento esta é a palavra de ordem para a próxima safra.

  • Concordo com todos acima e não fico só no discurso. Vou reduzir a area de arroz em 30% e aumentar em 100% a area de soja.Nos 4 anos que planto soja minha media é 48,9 sacos por hectare em lavoura mal drenada sendo que só no ano passado descobri a variedade Brasmax Potencia RR e que produziu 68,5 sacos por hectare.

  • Crio eu que se ano que vem for pior que este pode ficar sabendo que muitos mais muitos arrozeiros nao vao ter mais condiçoes de plantar, eu nasci e me criei vendo lavoura de arroz e atualmente estou chegando a conclusao que definitivamente NAO DA MAIS…sai ano e entra ano e a conversa e sempre a mesma… vao ajudar e a anjuda nao chega… entao vamos fazer uma revoluçao e trocar nossa cultura por outra…

  • Concordo plenamente… devemos abrir nossos horizontes soja , milho pecuaria… arroz do jeito que vai so vai nos quebrar mais….reduçao imediata de 30%

  • Somos Beneficiadores há 50 anos e vendo o cenário dos ultimos anos de consumo, vejo com clareza que estamos produzindo muito arroz. As exportações ajudam a escoar, mas nosso custo é alto em U$ perante outros produtores mundiais (precisamos desonerar a cadeia), portanto é importante a permanência de incentivos como o Pepro. Entretanto o gargalo dos portos e um mercado mundial pequeno em relação a produção mundial são fatos que nos impõe limites no planejamento de nosso plantio interno. Ou seja, ou produzimos muito menos ou os Produtores e a Indústria continuarão reféns do Varejo, pois é justamente o Varejo é quem ganha com todo este cenário, pois este sim sabe usar a lei da oferta (alta) x demanda (fraca). Pensem nisto!!

  • Parabéns ao Eduardo Gil que irá reduzir a área e aumentar na soja por exemplo, mostrando planejamento na empresa rural. Mas a pergunta é a seguinte: todos irão agir desta forma ou ficará no discurso?

  • Caro amigo Luis Otávio, o Sr. já tentou produzir soja na várzea alagada? Em grande parte das nossas áreas orízicolas temos solos muito rasos com uma dificuldade imensa de drenagem e ainda não existe nenhuma variedade totalmente adaptada a esta situação.
    O secretário também lançou esta só que o primeiro passo para diversificarmos seria pegar junto aos órgãos de pesquisas as variedades mais recomendadas e o manejo da cultura na várzea fora o arroz, onde tem estas informações?
    E outro DETALHE importante que o Sr. deve saber, óbvio, se não for mais um vendedor de multinacional ou representante da indústria (estes só tem lucro) que não sabem nada e querem dar pitaco, a mesma maquina que planta arroz não planta soja, precisamos investir para trocar de cultura, pra uns é facil, mas pra quem ta com até a camisola da nega véia penhorada como faz?
    Na tioria é uma coisa na prática é outra, corremos um grande risco de trocar de cultura e tomar nos dedo e aumentar ainda mais as dívidas, quando o governo tiver um plano de diversificação na várzea com uma pesquisa bem fundada eu começarei a pensar, caso contrário é melhor ficar parado, diz um velho ditado gaucho: Ovelha não é pra mato.

  • Concordo Diego, uma das saídas é a diversificação da atividade rural, que neste caso vem a ser cultivar soja em área de várzea, onde temos alguns problemas como: cultivares de soja adaptadas, drenagem díficil, camada subsuperficial praticamente impermeável, etc…
    Então o que quero dizer é que temos que achar alternativas para se ter rentabilidade com a cultura do arroz, se será com soja ou com outra cultura, não sei; ou ainda achando saídas para aumentar a demanda interna para o arroz produzido aqui. Equalizar oferta e demanda.
    Grande abraço

  • Bom eu so vou dizer uma coisa q a gente tem que se vira com as armas que nos propios temos temos que diversificar, é claro ne diego silva que nao te dizer para plantar em bacia que custa a drenar mais tambem tu axa certo ficar tomando nos dedos ao inves de tentar inovar mudar?? axas que vai melhor assim do dia pra noite?? cade as mudanças?? as ajudas?? eu ainda bem que tenho condiçoes de ter outra fonte de renda pq se dependesse so do arroz estaria em desespero pois nas minhas contas a 22 ou 23 nao da pra planta arroz. so contraimos dividas.. aqui faço rotaçao mais o arroz so esta dando pra empata… a soja vem puxando o arroz a cabresto…

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