Produção orizícola deve cair 30% nesta safra em Cachoeira do Sul

Enchentes deixaram lavouras submersas por vários dias nas regiões produtoras do RS.

A produção de arroz em Cachoeira do Sul deverá cair cerca de 30% na safra 2015/2016. As enchentes no período de semeadura (outubro/2015) e também durante o andamento do cultivo do cereal (dezembro/2015 e janeiro/2016) dizimaram lavouras e sepultaram as chances de boa parte das áreas atingidas terem algum tipo de recuperação.

Em números, considerando uma projeção de produção em 220 mil toneladas em condições normais de área e produtividade média de 7,2 mil hectares, esse percentual de perda pode representar ao redor de 66 mil toneladas que deixam de ser produzidas.

O coordenador regional do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), engenheiro agrônomo Pedro Hamann, explica que dos 30.619 hectares cultivados nesta safra, 5.196 hectares tiveram perda total e 9.649 hectares com quebra parcial, numa diminuição média de 40% na produtividade. Ao todo, 14.845 hectares foram atingidos pelas enchentes, o que corresponde a 17% da área global de cultivo orizícola do município.

QUALIDADE – A qualidade do grão das plantas que sobreviveram à enchente ainda é uma incógnita. Ela vai depender do período de maturação do arroz. Em condições normais e ideais de produção, o rendimento para o arroz de melhor qualidade (tipo 1) é de pelo menos 58% de grãos inteiros, o que se verifica na indústria, durante o beneficiamento do arroz. Para produtor, isso é decisivo na valorização do produto no momento da comercialização.

Como a fase de maturação ocorre durante o mês de março, os produtores devem seguir de olho no clima para tomar medidas preventivas quanto a novas enchentes ou mesmo quanto a um período mais seco, intensificando-se, nesse caso, a irrigação. Até lá, o Irga recomenda que o produtor faça o monitoramento da brusone, identificando os ataques fúngicos na lavoura. Em caso de suspeita, o recomendável é recorrer à assistência técnica por parte do próprio Irga ou de engenheiros agrônomos particulares.

3 Comentários

  • Na safra do ano passado o preço do arroz iniciou as cotações na casa dos R$ 33,00 – 34,00 a saca de 50kg 58%grãos inteiros. Muito devido ao esvaziamento dos estoques da Conab em 2014, para em época de eleição presidencial, camuflar o preço real do cereal. O fato enfraqueceu os preços pois as industrias se beneficiaram de tal atividade em meados de Outubro de 2014. Aliado a necessidade de fazer caixa, levou o preço do arroz ao desrespeitoso R$ 33,00 a saca.
    Esse ano, os parâmetros parecem outros completamente diferentes, custos de produção subindo muito, devido ao dólar alto, aumento da energia elétrica, estoques da Conab baixos, perda de produtividade, muita quebradeira no setor… Eu como reles vendedor de arroz, me ponho a tentar entender o momento do mercado, e parece-me que algo menos que R$ 45,00 a saca de 50kg em plena safra é loucura da braba…
    Muito embora, sai ano-entra ano, o mercado nos prega peças… O que vejo em minha região é muito beneficiadora, dita como forte, quebrando, abrindo concordata, mudando de sócios… Tendo a acreditar que além de má gestão, pode ser um movimento causado por loucuras tanto na área de venda quanto na venda do casca, pois segundo consta, produtores também não passam por bons momentos…
    O setor passa por dificuldade, e eu me recuso a aceitar que o mercado não possa ser rentável. Arroz é produto forte, consumo enraizado pelo país todo e a classe tem que elevar o "nome" do produto " arroz". A população precisa saber dos benefícios para a saúde, precisa saber do custo benefício entre outras fontes de carboidratos. Já que é um fato que os preços na gôndola são irreversíveis, é preciso mais atenção a esse povo que parece-me esboçar um descontentamento com a alta. Até porque, se for verdade que iremos partir do R$45,00 em plena safra, qual preço chegaremos em agosto? Se estamos a R$ 12,00 em média aqui no estado de Saõ Paulo na ponta final, estaremos aos 14,00 de média em setembro adiante?
    O setor precisa se proteger para que possamos rentabilizar e parar de quebradeira…

  • Sr Felipe, boa tarde!
    O produtor está, via de regra, pela "capa da gaita" como costumamos dizer por aqui.
    O ano é de pouca produção de maneira geral, isto é fato.
    Cabe a quem detém o poder de virada, realmente valorizar a matéria prima e este poder, há bastante safras, não está com o produtor e sim para quem ele vende ou entrega a sua produção.
    Já se ouve assuntos de indústrias querendo abrir o mercado a R$ 36,00 /sc na safra. Só pode ser piada de mau gosto…
    Há também rumores de combinação de preço máximo para aquisição de grão para a exportação.
    Talvez o mercado esteja muito perto de se reorganizar e com os que realmente tem competência para se manter na atividade.
    Uma verdade é que se não houver remuneração mais adequada muita indústria e ou varejo vão ter que ir a campo plantar para ter matéria prima.
    Bons negócios!

  • 36?? A inflação oficial foi de 11%, mas a setorial é muito superior. Ano passado tivemos 33 forçados e esse ano nem sequer inflação oficial seguiremos?QUEBRADEIRA INEVITÁVEL!!!

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