Produtividade cresce e oferta de arroz aumenta

Após um sobressalto dos preços nos últimos meses, o arroz não tem mais espaço para subir.

 A safra de grãos de 2016/17 poderá vir melhor do que se espera. Ao contrário do que ocorreu na anterior, o plantio deste ano dos vários produtos específicos do período de verão vem sendo feito em condições melhores do que na safra anterior.

O arroz está nessa lista. Pelo menos 65% da área destinada ao cereal no Rio Grande do Sul já foi semeada, e os produtores deverão terminar o plantio até o final do mês, dentro do período ideal.

A avaliação é de Vlamir Brandalizze, da Consulting Brandalizze de Curitiba. A área de plantio não deverá crescer muito. A produtividade, sim.

Para Brandalizze, a área a ser semeada no Rio Grande do Sul –líder nacional na produção de arroz– deverá aumentar de 30 mil a 50 mil hectares e ficar entre 1,07 milhão e 1,1 milhão de hectares nesse período de 2016/17.

Já a produção poderá atingir 8,5 milhões de toneladas, bem acima dos 7,4 milhões colhidos neste ano.

Esse volume a ser colhido depende, no entanto, de alguns ajustes. O excesso de chuvas em algumas regiões alagou áreas de plantio, obrigando os produtores a um replantio. "São casos isolados", diz ele.

Para a Federarroz (Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul), no entanto, as chuvas acima da média devem comprometer o prazo de plantio dentro do zoneamento.

Apesar do aumento da produção, haverá um equilíbrio entre oferta e consumo no país, segundo Brandalizze. A produção nacional poderá atingir 11 milhões de toneladas, e o consumo é de 12 milhões.

Parte dessa produção deverá deixar o país para abastecer mercados externos conquistados pelo Brasil nos últimos anos.

Mesmo com o consumo interno e as exportações superando a produção nacional, não deverá faltar produto para o consumidor brasileiro. Uruguai, Argentina e Paraguai dão o equilíbrio à demanda interna, segundo o analista.

Após um sobressalto dos preços nos últimos meses, o arroz não tem mais espaço para subir. A saca do produto está sendo negociada de R$ 47 a R$ 52 no Rio Grande do Sul, mas já esteve entre R$ 50 e R$ 56, segundo Brandalizze.

A queda nos preços ocorre porque, nesse período de semear, o produtor colocou mais arroz no mercado para fazer caixa e enfrentar os custos do plantio.

"Mas não há espaço para grandes mudanças de preços", diz ele.

9 Comentários

  • Se a previsão desse Sr. realmente estiver correta serve de alerta para quem está pensando em aumentar a área de arroz ou plantar soja… Na minha opinião se o que ele diz acontecer os preços cairão para entre R$ 35 a R$ 40… Acho que a realidade esta dissociada dessa mera expectativa… Mas se o clima correr dentro da normalidade e o pessoal replantar o que a enchente destruiu há margem sim para aumento na produtividade… É esperar para ver…

  • A uns meses atrás foi falado sobre falta de arroz em casca e que os preços chegariam a 60,00 a saca em setembro e outubro etc etc.. Aqui na minha região tem Empresas AI DO SUL colocando ,desde setembro ,arroz abaixo de 47,00 a saca de 50 kg, e só ver o preço dos fardos 6 x 5 kg ex.( Ciagro 70,00 fdo, Raroz 69,50 , Fumacence vindo de Alegrete a 66,00, Peger a 66,00 fdo) Nós que compramos o casca ai pagando 50,00 arroz de qualidade não conseguimos praticar estes preços… Sera arroz do Paraguai?? sera p/ fazer caixa p/ investir na proxima lavoura??sera outra conta ?? Tá dificil….

  • Produtor-Engenho seu Murilo… Eles ganham tanto no casca como no fardo… Estao capitalizados entao eles podem fazer isso com o mercado… Finalmente estao sê apercebendo disso…

  • Isso parece uma piada, ou não estou no Rio Grande Do Sul, como se fala em condicões melhores se aqui na nossa região ainda tem água nos baixos dessa ultima enchente. Até agora nem uma lavoura de várzea baixa que deva representar uns 70% das lavouras de arroz está estabelecida. Muitos terão que replantar, já diminuindo áreas pra contencão de custos. Sds.

  • Se o Dolar ajudar ano que vem a uns R$ 3,50 e o arroz a R$ 40,00, talvez volte as Exportações, UNICA saida para Enxugar e Excedente de arroz se Houver….Do contrario, o Cenário em preço não sera nada Animador…

  • Manchete com erro de tempo verbal. Parece até que a possibilidade de boa safra futura (o que ainda é duvidoso afirmar) já faz sobrar arroz no presente. Ainda estamos em entressafra depois de uma colheita frustrada. Fato. Só pra variar, porque não divulgam encontro entre exportadores de arroz daqui e importadores que ora se passa aqui no Estado (Brazilian Rice) e que poderá alavancar enxugamento de mercado? Sds

  • O plantio não foi nem concluído, muitas áreas sendo replantadas, e já tem gente falando um monte de asneira. Produtividade, área plantada a maior, preço futuro/colheita, por não esperam o fim de plantio e colheita antes de começar a cag..r pela boca ? ninguém sabe como clima vai se comportar, e o que é fundamental no plantio do arroz além de plantar na época correta é a temperatura e luminosidade no emborrachamento e floração. Falar em produtividade agora É CONVERSA FIADA, É LOROTA, É bola de cristal e interesses financeiros atirados há mídia.

  • Se me permitem discordar gostaria de dizer que a indústria está sentada em cima do arroz… Estão importando milhares de toneladas da Argentina e Paraguay… Sairam do mercado… Ninguém quer arroz na fronteira… Nem dado pq não tem lugar para botar… E dai quando quiserem comprar de novo terão produto até maio do ano que vem (nosso arroz 2015/2016)… e porque tudo isso??? Porque sabem qual o real tamanho da lavoura na fronteira-oeste e campanha… E para eles isso é o que importa e é por isso que os preços estão caindo… Nossos políticos reduziram a TEC… Agradeçam a eles… Me chamaram de pessimista… Pois a situação está posta… Lá em agosto avisei que o pessoal não se atracasse a plantar demais… O tempo vai firmar e vai dar bastante arroz esse ano ainda… O suficiente para tumultuar o mercado na próxima colheita… Não querem acreditar não acreditem… se preparem para vender arroz a R$ 40 ou menos…

  • Prezado Sr. Murilo.

    Concordamos em um ponto: Não dá para se fazer um produto de alta qualidade e vender a 70,00, 69,50 ou até mesmo 66,00, obtendo lucro saudável disso.
    Acontece que poucas marcas tem em seu pacote uma seleção de grãos nobres( 417-409-Puita ), da pra contar nos dedos quais fazem, a maioria mistura 5,6,até 7 variedades de grãos e duas ou até três lotes de safras de anos diferentes. Dai, para enganar trouxa, nós vemos tantas marcas que selecionam com poucos quebrados mas notamos aquela dança do criolo doido de grãos mais gordos, mais magros, mais amarelados, mais esbranquiçados… Dito isso, dá sim pra praticar essa loucura de preços mas nunca com qualidade total e controle total da produção, do plantio ao beneficiamento, são poucas as marcas que podem contar com esse diferencial. Trabalhamos com arroz a mais de 30 anos e conheço a marca Raroz que o senhor citou e se os preços ditos são os praticados, temos a certeza que temos um excelente produto por um preço muito menor do que se deveria ter. Conheço a Peger e a Cigro, e ambos seguem a mesma linha, talvez com uma diferenciação ou outra mas são produtos muito bons também.
    O senhor esqueceu de mencionar outras marcas que ofertam preço similares e até menores que o mencionado pelo senhor, como Paglarin, Boa Dica, Saboroso, Mercado Velho, Butui, Extremo Sul, Meu Biju, Aurea, Nobilis, Namorado, enfim, uma gama de outros produtos que estão se apertando para atender um mercado que se apodreceu com a crise. Isso sem Falar em marcas regionais da região que o senhor se reside, Tremembé, como Sabor do Vale, Roseirense, Quiririm e outros que chegam a ofertar colocado até a R$54,00. Sem contar com um tipo 2 da Ciagro por exemplo que chegamos a escutar preços como R$57,00 colocado…
    Mas enfim, digo isso para que tenhamos a real noção de que estão todos se espremendo para demarcar o território e quem for mais sólido sairá menos machucado dessa guerra toda.

    Bons negócios a todos!!

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