Produtor cearense troca cultivo de arroz por melancia e tomate

Produtores abandonam o cultivo de arroz e optam por tomate, melancia e milho verde.

A bacia do Açude Orós, no período de verão (segundo semestre), sempre foi utilizada para o plantio de vazantes de arroz. Nos últimos anos, o elevado custo de produção e o baixo preço do produto acarretaram prejuízos para os agricultores. Diante desse quadro, um grupo de 18 produtores encontrou uma alternativa: o cultivo de tomate, melancia e milho verde que está rendendo “bons frutos” e lucratividade melhor.

Desde a construção do Açude Orós, no início da década de 1960, há o cultivo de tradicionais vazantes de arroz.

– A cultura do arroz consome muita água e as despesas são elevadas. O preço do produto é baixo e isso torna o plantio inviável – observa o secretário de Agricultura do Município, Valdeci Ferreira.

– Por isso, estamos apoiando a produção de frutas e verduras de ciclo rápido nessas terras férteis”.

A experiência vem dando certo e os pequenos produtores comemoram os resultados obtidos. Numa área de 17 hectares, na localidade de Santa Rosa, na zona rural do Município de Iguatu, os 18 produtores cultivaram cinco hectares de tomate, sete de melancia e três de milho híbrido.

A orientação técnica aos agricultores foi garantida pela Secretaria de Agricultura local que perfurou poços, em parceria com os vazanteiros, para garantir a irrigação.

São terras planas, férteis, de aluvião, com enorme quantidade de água no subsolo – observa Valdeci Ferreira.

O solo é naturalmente enriquecido com os restos de cultura e com as cheias periódicas do açude. O projeto tem o apoio da Ematerce através do programa Caminhos de Israel.

De acordo com os dados fornecidos pela Secretaria de Agricultura local, cujos técnicos acompanharam a colheita, foram obtidas 18 toneladas por hectare de melancia, 40 mil quilos de tomate por hectare e 30 mil espigas de milho verde por hectare. São culturas de ciclo rápido. Com 90 dias de trabalho, já é tempo de colher o que se plantou. Encaixotar e distribuir para os centros consumidores na própria região Centro-Sul e em Fortaleza, por meio da Central de Abastecimento.

O produtor rural, Luís Ferreira Gomes, juntamente com os dois filhos, Pedro e João, cultivou seis hectares de melancia e tomate. Os três obtiveram uma rentabilidade em torno de R$ 12 mil, no período de três meses de trabalho.

– Estamos satisfeitos e a partir da próxima semana vamos plantar novamente – disse Luís Gomes.

Na área dele, houve algumas perdas em virtude do atraso na adubação.

– Vamos corrigir as falhas e ampliar a produtividade.

Para o próximo ano, os vazanteiros pretendem ampliar a área de produção e repetir a experiência. Francisco Mariano cultivou um hectare de milho híbrido. Colheu uma média de 30 mil espigas.

– Produziu bem – comemorou. Ele vendeu as espigas para o mercado local por um preço individual de R$ 0,15. O irmão dele, José Tomaz, seguiu o exemplo e obteve semelhante produtividade.

– O negócio deu certo e a renda foi muito boa – confirmou.
– Não há comparação com arroz. O plantio e a comercialização de milho verde é bem melhor.

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