Produtor do MS vive pior crise desde 2000

APAI afirma que a falta de comercialização do arroz a preços remuneradores está trazendo muitas dificuldades ao setor.

O produtor de arroz vive hoje seu pior momento desde o ano de 2000, segundo o presidente da Associação dos Produtores de Arroz e Irrigantes de Mato Grosso do Sul, Roberto Coelho. Segundo ele, a saca está sendo comercializada a R$ 25,00 quando o custo de produção é de R$ 30,00.

Os problemas que atingem o agricultor são diversos mas passam todos pela falta de políticas do governo para sustentação de preços, segundo Roberto Coelho. Hoje, afirma, de R$ 11,00 a R$ 12,00 (40%) do custo de produção da saca são impostos que incidem diretamente sobre a comercialização do produto (ICMS e Funrural, por exemplo) e indiretamente (sobre os insumos como diesel e defensivos).

Com uma carga tão elevada a concorrência com países do Mercosul como a Argentina e Uruguai fica descompensada e a entrada desenfreada de arroz daqueles países acaba provocando uma forte derrubada de preços no mercado interno. Lá a compra de insumos como herbicidas e colheitadeiras não sofre o peso que a tributação do Brasil impõe. “Só em um hectare de arroz pagamos R$ 450,00 de imposto”, diz Roberto Coelho.

A situação já era prevista no fim do ano passado, quando a Câmara Setorial do Arroz promoveu em Brasília (DF) reuniões pedindo a suspensão ou pelo menos estabelecimento de cotas para importação.

Além disso, Coelho afirma que o governo está sendo omisso em relação a políticas de sustentação de preços como o EGF (Empréstimo do Governo Federal) e AGF (Aquisição do Governo Federal).

Para ele, a desatenção do governo em relação às dificuldades do produtor é um tiro no próprio pé. Isso, afirma, porque a tendência diante da operação no vermelho é o endividamento e mais para frente o próprio governo terá de encontrar alternativas para que estes agricultores sobrevivam.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter