Produtores de arroz sofrem com seca e enchentes no Sul
O arroz foi a cultura mais atingida pela cheia em Santa Cantarina. Na região de Tubarão, dos 21 mil hectares plantados, pelo menos 10 mil ficaram debaixo da água. Já no Rio Grande do Sul a situação é o extremo oposto: o arroz sofre por causa da falta de chuva.
A produção de arroz deve crescer 0,5% em 2009 no Brasil, de acordo com a estimativa do Instituto Brasileiro de Economia e Estatística divulgada nesta quinta, dia 8. O resultado se deve ao aumento da área plantada no Rio Grande do Sul, principal produtor nacional. No entanto, neste início de 2009, os produtores da região Sul já sofrem com os prejuízos da estiagem e das enchentes.
O arroz foi a cultura mais atingida pela cheia em Santa Cantarina. Na região de Tubarão, dos 21 mil hectares plantados, pelo menos 10 mil ficaram debaixo da água.
Choveu mais do que o esperado para todo o mês de janeiro. Nós tivemos, só na nossa fazenda, uma medição de 395 milímetros de água nesse fim de semana. Vamos ter que refazer tudo agora, esperar essa água baixar para aí contabilizar todo o prejuízo diz o produtor rural Eduardo Remor.
A Cooperativa Agropecuária de Tubarão (Copagro) estima uma perda entre 10% e 15% da produção de arroz, o que significa cerca de 300 mil sacas e um prejuízo de R$ 10 milhões para os produtores rurais.
Já no Rio Grande do Sul a situação é o extremo oposto: o arroz sofre por causa da falta de chuva. Segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), alguns produtores calculam uma quebra de 10% por causa da seca. Em alguns pontos do Estado, a estiagem exigiu o replantio das lavouras. No sul gaúcho, foi preciso gastar com água para a irrigação.
De acordo com o engenheiro agrônomo Henrique Mariot, o município de Santa Vitória do Palmar, que é considerável uma área de produção de arroz no Estado, foi a mais atingida.
Alguns municípios em torno também. Mas o restante não houve tanto problema quanto na zona Sul, onde a situação está mais crítica. Eles foram favorecidos por causa das baixas chuvas no período de setembro e outubro, que é o forte da semeadura do arroz. Mas, por outro lado, eles tiveram prejuízos por não haver umidade no solo para germinação. Então, eles tiveram que ter um gasto com energia para irrigar, para banhar essas lavouras, para poder nascer o arroz explica Mariot.