Produtores de Goiás se mobilizam para protesto dia 31

Produtores esperam há meses por ações do Governo Federal para minimizar a crise.

Tudo já está planejado. Na próxima terça-feira, dia 31, produtores do interior do País vão parar as cidades das 12 às 18 horas, em protesto contra a crise na agricultura. Até agora, o prejuízo dos produtores foi contabilizado em R$ 780 milhões em Goiás e R$ 27 bilhões no Brasil. O governador Marconi Perillo vai se juntar aos produtores e durante o dia percorrerá vários municípios do Estado. O movimento denominado S.O.S Rural tem o objetivo de combater os problemas instalados no setor.

A expectativa dos organizadores é do comparecimento em massa dos agropecuaristas goianos, principalmente dos 60 mil pequenos e médios, que atravessam uma das piores crises da história.

Somente a cidade de Quirinópolis, uma das mais atingidas pela estiagem, colocará na GO-226 150 máquinas. Os municípios maiores vão se juntar aos menores para dar maior contingente ao movimento. Em cidades como Inaciolândia, a paralisação já começou e os tratores estão dispostos na estrada que corta a cidade. As informações são de que lá os produtores vão interditar a rodovia.

No dia 15 de junho, também está prevista uma manifestação nacional em Brasília, que reunirá produtores de todos os cantos do País que vão se mobilizar em frente ao Palácio do Planalto.

Novos prejuízos são contabilizados, devido à queda do dólar, que reflete em custos de produção cada vez mais altos. O arroz foi a cultura que teve perdas maiores (37%), seguido da soja (34,4%), do milho (20,7%) e do trigo (22%). Além da queda no preço interno desses produtos, houve perda também devido à estiagem. Segundo Caixeta, os custos médios de produção aumentaram 25% nesta safra.

A crise atinge outros setores da economia, como comércio e a produção de matérias-primas. O desemprego atinge 15,5% das propriedades que estão sem condições de manter seus funcionários. Segundo o presidente do Sindicato Rural de Quirinópolis, José Eduardo Fleury, naquele município as perdas em produtividade foram de 60% e em custo chegam a 30%.

O problema é que o governo não cumpriu com o prometido em Rio Verde em março deste ano. Ainda não foram disponibilizados os R$ 3 bilhões para o custeio da safra 2004/2005 e nem o prorrogamento das dívidas. Depois da manifestação, a Confederação Nacional da Agricultura já solicitou uma audiência com Lula para apresentar o documento Agenda Positiva II, que solicita de pronto a renegociação das dívidas estimadas em R$ 30 bilhões. Reavaliação do plano Safra 2005/2006 e outros.

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