Produtores preparam campanha publicitária para aumentar consumo

Aumentar o consumo do arroz é uma das alternativas para equilibrar o mercado.

Incentivar o consumo de arroz é medida de emergência. Diante das dificuldades para exportar o produto excedente estocado no Brasil, produtores, pesquisadores e industriais vêm dedicando atenção à elaboração de campanhas de marketing que alertem o consumidor sobre as vantagens do produto e suas qualidades nutricionais.

– A indústria tem campanhas publicitárias praticamente prontas, em parceria com a Embrapa. Estamos buscando recursos para torná-las viáveis – revela o presidente do Sindicato da Indústria do Arroz do Estado (Sindarroz), Élio Coradini.

O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) estuda estratégias como a divulgação do produto em faculdades de nutrição, escolas e até programas televisivos de culinária. Conforme o diretor comercial e industrial do Irga, Rubens Silveira, o centro da campanha será a divulgação das potencialidades do arroz – na cozinha e fora dela. Segundo o engenheiro químico Gilberto Amato, é possível fabricar até chips de computador com a sílica da casca do arroz.

– Estamos muito preocupados em exportar, sem conhecer as potencialidades do consumidor – critica Carlos Magri Ferreira, pesquisador da Embrapa.

Ferreira, que colabora com a criação da campanha, capitaneada pela unidade da Embrapa na Região Metropolitana de Goiânia, observa que todos os países da América Latina (maior mercado do arroz longo fino) estão produzindo o cereal. Mesmo aqueles que antes não produziam, alerta, evidenciando a característica de produto de subsistência. Apenas 4% da produção mundial é vendida internacionalmente. Por isso, argumenta, a cultura do lucro sobre a quantidade produzida é coisa do passado:

– O consumidor vai atrás de tendências. O que mais pesa na escolha do produto, segundo pesquisa da Embrapa, é a aparência.

Tal preocupação com qualidade acentua-se à medida que consumidores como Lucia Maria Soares de Souza compram cada vez menos quantidade do produto. Aos 51 anos, Lucia estuda atualmente Ciências Sociais e iniciou uma nova carreira profissional. A família só se reúne para os almoços de domingo. Resultado: há 10 anos, comprava 10 quilos de arroz por mês, e hoje, dois quilos.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter