Projeto de Irrigação de Morada nova troca arroz por camarão

 Projeto de Irrigação de Morada nova troca arroz por camarão

Legenda: Antigos agricultores tornam-se carcinicultores e criam camarão em tanques no Projeto de Irrigação de Morada Nova Foto: Honório Barbosa

Vice-presidente da Associação dos Produtores de Camarão do Ceará (APCC), professor do IFCE e, também, carcinicultor em Morada Nova, Ítalo Rocha não esconde seu otimismo. Ele conta que a pluviometria deste ano “teve a benção de Deus”, pois recarregou extraordinariamente o lenço freático de toda a área do projeto.

O professor ítalo Rocha criou um novo modelo de comporta pré-moldado, de concreto, que, além de reduzir custos, “pode funcionar durante 100 anos sem manutenção”.

Os viveiros (tanques) têm comportas de madeira de 2,5 m de altura por 1,20 m de largura. A comporta serve para esvaziar o viveiro, na época em que se faz a troca de água, e, também, para manter o represamento.

A área dos viveiros varia de dois a oito hectares por criador. Detalhe: 80% desses noviços carcinicultores são filhos de tradicionais agricultores do Projeto de Irrigação de Morada Nova.

Lá, a produtividade dos viveiros de camarão é de 3,5 toneladas por hectare/ciclo (o ciclo do camarão – desde o povoamento dos tanques até a despesca — é de 100 dias).

Outra vantagem citada por Zuza de Oliveira é a existência de água no subsolo da geografia do Morada Nova:

“Essa água é salobra, do jeito que o camarão gosta, e já existem lá cerca de 600 poços de pouca profundidade que garantem a água para os viveiros”, lembra ele.

Por que os antigos irrigantes do Morada Nova decidiram trocar as culturas antigas pela carcinicultura? Resposta simples: porque, além de ter custos bem mais baixos, a criação de camarão é muito mais rentável. Ponto.

Eles estão a copiar o exemplo dos agricultores de outros municípios do Vale do Jaguaribe, como Jaguaruana, que, transformados hoje em carcinicultores, criam e vendem, à vista, todo o camarão que produzem.

Há, porém, um gargalo – o licenciamento ambiental – para cuja solução trabalha com afinco a Associação dos Produtores de Camarãodo Ceará (APCC) junto à Superintendência Estadual do Meio Ambiente, cujos técnicos veem com bons olhos a atividade, que continua crescendo no Ceará.

A propósito: a exportação do camarão brasileiro para os países da Comunidade Europeia, que estava proibida, já recebeu sinal verde. A Camarão BR, entidade que congrega os maiores carcinicultura do país, presidida pelo cearense Cristiano Maia, já mantém contato com o Ministério da Agricultura, que emitirá as instruções de como serão retomadas as vendas para os europeus.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter