Projeto ensina como economizar água no plantio de arroz
O detalhamento do processo pode ser conhecido no estande do Sebraetec – programa do Sebrae de apoio à inovação de soluções e produtos – que reúne empresas e instituições na Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, até este sábado (23).
Uma mudança no processo de cultivo do arroz mostrou que é possível utilizar cerca de metade do volume de água previsto para uma plantação tradicional. O projeto Tecnologias Sociais para a Gestão da Água foi desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc) e gerenciado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu).
O detalhamento do processo pode ser conhecido no estande do Sebraetec – programa do Sebrae de apoio à inovação de soluções e produtos – que reúne empresas e instituições na Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, até este sábado (23).
O projeto-piloto foi implantado em uma propriedade de dez hectares no município de Araranguá, a cerca de 200 km de Florianópolis, capital do estado. O professor de Planejamento de Recursos Hídricos da Ufsc e um dos coordenadores do projeto, Daniel Silva, explica que a área de plantio do arroz deve ser irrigada várias vezes, mas não é preciso deixa-lá secar completamente a cada etapa. O experimento realizado entre 2007 e 2009 comprovou que esse método não interfere na produtividade da colheita.
“O processo de plantio com maior consumo de água pode ser visto como uma herança cultural. Romper com velhos hábitos é um grande desafio. Esse experimento só foi possível porque contamos com lideranças de rizicultores locais que acreditaram no conceito de sustentabilidade e passaram essa confiança aos agricultores”, enfatiza Daniel Silva.
O desafio agora é implantar esse modelo de cultivo em larga escala. Para o professor, esse é um tipo de conhecimento que não se replica apenas com palestras, mas por meio da formulação de políticas públicas. “Mas, o agricultor precisa participar da discussão e ajudar a construir as soluções legais. As pessoas não mudam com facilidade. Isso só acontece quando elas se convencem de que não serão prejudicadas”, adverte.
O projeto Tecnologias Sociais para a Gestão da Água conta com parceiros como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural e Santa Catarina (Epagri). O patrocínio do projeto, cuja renovação está em andamento, é do Programa Petrobras-Ambiental.