Projeto faz a produção crescer em Rio Pardo (RS)

Flar e Irga apresentaram ontem os primeiros resultados do projeto CFC, que segue orientação da ONU para garantir mais alimento para a população.

Técnicas simples de preparo e manejo da lavoura estão começando a aumentar a produção de arroz em Rio Pardo (RS). O Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga) e o Fundo Latino-Americano de Arroz Irrigado (Flar) apresentaram na manhã de ontem os primeiros resultados do projeto financiado pelo Fundo Comum de Comodities (CFC), que tem como objetivo aumentar a oferta do grão no Brasil, garantindo alimento na mesa de quem precisa.

De acordo com o engenheiro agrônomo do Flar, Luciano Carmona, o projeto saiu do papel na última safra e os resultados estão animando os coordenadores. “Na região da Fronteira Oeste, por exemplo, vários arrozeiros conseguiram colher 3 mil quilos do cereal a mais por hectare sem aumentar os custos de produção”, frisou ele. Os técnicos estão trabalhando para difundir tecnologias simples que ajudem os agricultores a produzir mais sem elevar os custos da lavoura.

Ao todo, conforme Carmona, na última safra o projeto de transferência de tecnologias foi desenvolvido em 14 áreas de diferentes regiões do estado, sendo uma delas em Rio Pardo. “O processo é simples: passamos todas as informações para um produtor de cada região e, aos poucos, ele mesmo vai repassando as técnicas aos demais”, explicou ele, dizendo que para a próxima safra o projeto passará a ocorrer efetivamente em cinco propriedades de Rio Pardo, beneficiando quase 200 lavoureiros. “De acordo com um programa da ONU, queremos fazer com que, em três anos, seja produzido em todo o estado, no mínimo, 1,5 tonelada de arroz a mais que o normal”, observou.

O produtor Gilberto Rabuske fez as experiências em oito dos 150 hectares de arroz que planta na localidade de Volta Grande, no interior de Rio Pardo. Nos últimos anos, suas lavouras rendiam, em média, 4,5 mil a 5,2 mil quilos por hectare, e agora, com as novas tecnologias, Rabuske colheu 6,2 mil quilos no lote com menor produção e 9 mil quilos por hectare no de maior. “E o custo para isso se manteve praticamente o mesmo”, garante ele.

O agrônomo José Fernando de Andrade, coordenador regional do Irga em Rio Pardo, afirma que a tendência é de um crescimento ainda maior. “À medida que as técnicas forem sendo melhoradas, o rendimento da lavoura terá um incremento”, garante.

Segundo Carmona, um tratamento adequado das sementes, o cumprimento da época de semeadura, a aplicação adequada dos fertilizantes, o controle precoce das invasoras e o manejo correto da irrigação são os pontos considerados decisivos para o aumento da produção nas lavouras de arroz. No final deste mês os técnicos voltam a se reunir com os arrozeiros de Rio Pardo para dar início ao planejamento da safra 2004/05.

ONU

De acordo com José Fernando de Andrade, o aumento da produção de grãos em todo o mundo é uma proposta da ONU. Inclusive, a tecnologia para alto rendimento de arroz foi apresentada à organização pelo agrônomo Edward Pulver, que conseguiu o apoio financeiro para as pesquisas.

As brechas de produtividade, segundo Andrade, existem em quase todas as culturas de todos os países. A meta é reduzi-las a curto prazo. “A população mundial cresce e é preciso produzir mais alimentos. No arroz podemos duplicar a produção sem custos maiores.”

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