Projeto incentiva práticas sustentáveis na lavoura de arroz

 Projeto incentiva práticas sustentáveis na lavoura de arroz

Schoenfeld defende uso correto da água

Rodrigo Schoenfeld é um dos homenageados na categoria Preservação Ambiental.

O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) realiza, em todo o Estado, um amplo trabalho de pesquisa e conscientização junto aos produtores de arroz, com o objetivo de incentivar ações mais sustentáveis.

"O Projeto Tecnologias Mais Limpas é composto por uma série de práticas que buscam passar para a sociedade uma visão diferente da lavoura de arroz, que não é essa vilã como dizem ser. Se bem manejada, é uma lavoura sem risco ambiental nenhum e que pode ajudar a melhorar as condições do ambiente", defende Rodrigo Schoenfeld, gerente da divisão de pesquisa do Irga.

Engenheiro agrônomo formado pela Ufrgs, Schoenfeld coordena uma equipe de 25 pesquisadores, que desenvolvem os estudos em parceria com instituições como a Ufrgs, a UFSM e a Embrapa. Um dos focos do trabalho é o aumento da produtividade com economia de água.

Schoenfeld conta que, há 10 anos, era preciso 1,6 litro de água para a produção de 1 Kg de arroz. Hoje, é possível ter o mesmo resultado com metade desse volume. Um aspecto importante detectado pelo Irga diz respeito à qualidade da água utilizada nas lavouras.

"No Vale dos Sinos, o rio Gravataí é quase um esgoto a céu aberto com pouco oxigênio. Nossas pesquisas mostram que essa água passa pela lavoura de arroz e é filtrada por ela. Quando retorna ao meio ambiente, volta sem coliformes fecais e com oxigênio em níveis aceitáveis", ressalta o pesquisador.

Além disso, os estudos também revelaram que as boas práticas agrícolas nos últimos anos contribuíram para reduzir a emissão de gás metano. "Atualmente, 70% das áreas de lavouras arrozeiras no Estado passaram do sistema convencional, com lavragem do solo, para o sistema de cultivo mínimo, que gera menos emissão de metano", explica o pesquisador.

O próximo passo é trabalhar com sistemas mais integrados de produção, que incluem a rotação de culturas e a pecuária. O uso de práticas e tecnologias sustentáveis também acaba sendo economicamente interessante para o produtor. "Se pensarmos que hoje nós vivemos em um cenário de crise e aumento no preço da energia elétrica e dos insumos, a eficiência no uso da radiação solar, da água e dos herbicidas reduz os custos de produção", diz.

Os produtores que adotam as boas práticas de manejo recebem do Irga o Selo Ambiental, já concedido a cerca de 40 agricultores no Estado. O programa incentiva melhorias em toda a estrutura da propriedade, passando pelo manejo agrícola, pela organização das embalagens e pelo descarte de resíduos.

"É um trabalho de uma equipe, e que bom que estamos conseguindo fazer nosso papel, contribuindo para a sociedade. Cumprida esta etapa, estamos com o projeto de avançar para a rastreabilidade das lavouras. O consumidor quer saber tudo o que foi aplicado no produto e qual a trajetória daquele grão até chegar à mesa dele", observa Schoenfeld.

Veja abaixo a lista dos premiados do ano

CADEIAS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA
Empresa Pilecco Nobre
Renato Kreimeier (Cooperativa Languiru)

TECNOLOGIA RURAL
Empresa Vence Tudo
Telmo Jorge Carneiro Amado (UFSM)

ALTERNATIVAS DE PRODUÇÃO
Flávia Charão Marques (Ufrgs)

PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
Edemar Valdir Streck (Emater)
Rodrigo Schoenfeld (Irga)

PRÊMIO ESPECIAL
Claudio Severo Lombardo de Barros (UFSM)

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