Prorrogação do custeio não avança
Justiça determinou passagem de seis cargas de arroz da Argentina, mas bloqueio prossegue em Itaqui. Líderes do movimento definiram próximas ações .
As lideranças gaúchas saíram de encontro, ontem, com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, sem nenhuma garantia de prorrogação dos custeios de julho e agosto dos arrozeiros para 2006, medida garantida a agricultores do Centro-Oeste e da Bahia. Contrariado, o presidente da Farsul, Carlos Sperotto, limitou-se a dizer que não houve ‘ambiente para negociar’. A última tentativa será pedir hoje a interferência da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, junto ao ministro da Fazenda, Antônio Palocci, adiantou o presidente da Federarroz, Valter José P’tter.
Antes mesmo da audiência, Rodrigues já afirmava que o governo iria primeiro avaliar o resultado dos leilões de opções de hoje. Também nesta quinta, o governo pode fechar os postos de fronteira de Itaqui e Quaraí, onde não há balanças para pesagem do arroz. Ontem, a 1ª Vara Cível do Foro de Itaqui determinou a liberação imediata da passagem de seis caminhões de arroz pelo bloqueio de produtores gaúchos. A liminar refere-se às cargas da Vanar Sociedade Anônima, paradas na aduana desde a segunda-feira por causa da barreira dos arrozeiros, que mantém interditadas vias no município. A decisão vale para outras mercadorias importadas pela Vanar. Pelo menos outros dez carregamentos não estão conseguindo chegar às indústrias.
Em assembléia, os orizicultores decidiram por uma mobilização estadual na próxima semana em Uruguaiana. Eles ameaçam fechar a Ponte Internacional com tratores, máquinas e sacas de arroz. A idéia de estender as manifestações à fronteira com o Uruguai foi descartada pela maior repercussão que o protesto irá gerar em Uruguaiana. As lideranças aguardam a confirmação da vinda do presidente Lula a Bagé para ratificar os pleitos, que visam melhorar a comercialização do grão e minar a concorrência desleal do Mercosul.