Protesto marca confraternização de arrozeiros em Alegrete (RS)

Evento de final de ano da Associação dos Arrozeiros de Alegrete reuniu ontem dois mil agricultores. Lideranças do setor reforçaram ações contra arroz do Mercosul.

O que seria apenas uma confraternização de fim de ano dos produtores de arroz virou protesto público pelos problemas da cadeia produtiva. Mesmo com a forte chuva de granizo que caiu na região, duas mil pessoas participaram neste domingo do encontro promovido pela Associação dos Arrozeiros de Alegrete, que contou com representantes orizícolas de seis municípios produtores.

Sob um lonão montado no Parque Lauro Dornelles, produtores ouviram das lideranças orizícolas um relato sobre o momento atual e as perspectivas nada alentadoras para a próxima safra. O vice-presidente da Farsul, Francisco Schardong, disse que a entrada de arroz do Mercosul, sem tributação e com custo de produção 40% menor que o do arroz gaúcho, detonou o mercado nacional. Por isso, acrescentou, entidades estão percorrendo o Estado para mostrar a situação da lavoura e alertar sobre o momento que vive a orizicultura do RS.

O deputado federal Luiz Carlos Heinze disse que o objetivo imediato é o contrato de opção para dois milhões de toneladas a R$ 30,00 a saca, a partir do mês de março, valor do custo de produção. A proposta foi aplaudida pelos participantes.

Os produtores colocaram faixas com palavras de ordem contra o arroz do Mercosul. O presidente da Federarroz, Valter Pötter, lembrou que foi um ano em que a lavoura trabalhou com profissionalismo, mas agora sofre o impasse dos preços baixos. As lideranças cobraram do governo uma postura de proteção ao produto nacional. O preço atual de R$ 22,00 a saca de arroz não cobre custos de produção, reclamaram os arrozeiros.

Para o presidente da Associação dos Arrozeiros de Alegrete, Cleomar Ereno, com preços abaixo do custo de produção, a próxima safra estará inviabilizada. ‘Assim não será possível plantar, a situação é grave’, concluiu.

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