Quase lá

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Maranhão: mais arroz, se o clima ajudar, em 2013

Estiagem tira o Maranhão da terceira posição do ranking nacional dos maiores estados produtores de arroz
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O arroz foi a cultura mais afetada pela estiagem que castigou a Região Nordeste e reduziu em 13,2% a produção de grãos no Maranhão. No caso do arroz, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima queda de 35,5%. De acordo com o 10º levantamento de safra 2011/2012, a colheita do cereal deve gerar 474,1 mil toneladas, contra as 734,6 mil colhidas na safra anterior.

A Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Pesca do Maranhão (Sagrima) informa que 56 municípios decretaram situação de emergência devido à escassez de chuva. O secretário Cláudio Azevedo explica que há muitos anos não ocorria uma estiagem tão grande. “No Maranhão, o período de chuvas, ou o inverno, como dizemos aqui, vai de novembro a maio, mas este ano choveu metade do que deveria, prejudicando a safra, principalmente o arroz”, relata. Na avaliação de Azevedo, o clima está com um comportamento atípico, mas deve se normalizar na safra 2012/13. “Há informações de que o próximo inverno será normal, então vamos restabelecer a produção”, garante.

Cláudio Azevedo destaca que o Maranhão já foi o maior produtor de arroz do Brasil. “Hoje estamos retomando a orizicultura no estado, que é fundamental para a agricultura familiar. Além de ser a principal cultura em importância econômica, seguida da mandioca, do milho e do feijão, o arroz também é base da alimentação dos maranhenses. Basta dizer que, para atender a demanda interna pelo grão, o Maranhão importou, de janeiro a julho deste ano, cerca de 24 mil toneladas via Porto do Itaqui”, revela.

Conforme o secretário, os agricultores prejudicados pela estiagem nesta safra são assistidos pela Sagrima por meio de mecanismos como o Seguro Safra e renegociação das dívidas. “Também distribuímos mais de mil toneladas de sementes de arroz à agricultura familiar, 850 de milho e 400 de feijão. Em relação ao arroz, foram 350 mil toneladas a mais do que na safra 2010/11”, complementa Azevedo.

Sobe e desce
Com a quebra da safra, o Maranhão volta a cair para a quarta posição no ranking nacional dos maiores estados produtores de arroz, sendo superado por Mato Grosso. Mas para entender esse sobe e desce é preciso retroceder no tempo. Em dezembro de 2011, o terceiro levantamento da safra de grãos da Conab estimava a produção no estado em 644,9 mil toneladas de arroz e a área plantada em 469,7 mil hectares. O Mato Grosso, que nos últimos anos ostentava o posto de terceiro maior produtor de arroz do país, nesta projeção apresentava queda estimada em 47,7% pela redução de área plantada e a produtividade.

Sob este cenário, o Maranhão passaria a ocupar a terceira posição no ranking dos maiores produtores do cereal, superando o Mato Grosso e só perdendo em volume para o Rio Grande do Sul (maior produtor nacional) e Santa Catarina, mas aí veio a seca. Para a próxima safra, no entanto, a expectativa é de que se confirme a “ultrapassagem” do Maranhão sobre o Mato Grosso no ranking nacional de produção de arroz, considerando que o clima deve ajudar a recuperação de áreas no estado do Nordeste, enquanto no Centro-oeste a soja deve invadir as áreas do plantio do cereal graças à sua alta liquidez.

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